Roteiro de 1 dia em Coimbra

Coimbra fica bem no centro de Portugal e, por isso mesmo, resolvemos passar um dia na cidade e pernoitar lá no caminho entre Lisboa e Porto. Conhecida há séculos por abrigar uma das faculdades mais antigas do mundo, a cidade já era muito importante muito antes da fundação da Universidade de Coimbra. Foi ali que viveu e morreu o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, o que fez com que a cidade fosse a primeira capital de Portugal.

Sendo uma cidade tão antiga, ainda é possível encontrar partes da muralha antiga que restaram da Idade Média, a universidade que ainda está lá e que também conta com séculos de história, igrejas antigas, contrastando com toda a agitação causada por milhares de estudantes que habitam na cidade! E acho que foi justamente isso que faz Coimbra ser diferente de outras cidades históricas portuguesas: exatamente por não ser tão voltada para o turismo, sendo apinhada por estudantes (e não turistas), parece que a cidade é mais viva e autêntica.

Nós largamos nossas malas no hotel, que ficava bem perto do centro, e já corremos pra almoçar e bater perna pelo centro histórico. Vale dizer que Coimbra é dividida em duas áreas: a Alta, onde fica a Universidade de Coimbra e outros edifícios históricos, e a Baixa, onde ficam lojas, tascas (bares) e restaurantes escondidos nas muitas ruelas de paralelepípedos.

Já que almoçamos por ali, começamos nosso passeio justamente pela Baixa, andando pelas ruelinhas. Paramos em um restaurante e pedimos logo o prato típico da cidade: Ossos, que é carne de porco desmanchando em volta dos ossos, e daí o nome. Aliás, eles também se orgulham da barriga de leitão e da feijoada de leitão, e muitos dos pratos desta região tem o porco como base. Depois de comermos uma pratada pela bagatela de 5 euros e bater perna pelo centro histórico, era hora de turistar pelos pontos turísticos em si.

Nossa primeira parada foi o Mosteiro de Santa Cruz, que foi fundado em 1131 por D. Afonso I, o primeiro rei de Portugal e que ali está enterrado. Ao longo dos tempo, o local recebeu privilégios papais e muitas doações dos reis de Portugal, tornando-se logo uma das principais igrejas do reino. Hoje, com 900 anos de história, continua sendo um dos principais monumentos de Portugal.

E logo atrás do mosteiro, fica o Claustro da Manga, também chamado de Jardim da Manga, construído em 1528. Diz a lenda que o rei João III visitava o mosteiro quando notou uma parte desaproveitada e teve a ideia de construir um claustro/jardim, desenhando ali mesmo a ideia que teve na manga de sua camisa e depois mandando construir. Por isso, o local ficou conhecido como Jardim da Manga.

De lá fomos caminhando até a Sé Velha, que teve sua construção iniciada por volta de 1139, quando D. Afonso se declarou rei de Portugal e escolheu Coimbra como capital. Embora tendo sido construída na mesma época que o Mosteiro de Santa Cruz, a Sé reflete muito mais o estilo arquitetônico da época por ter sofrido bem menos alterações ao longo do tempo, estando relativamente intacta desde sua construção até os dias de hoje. Outro fato interessante é que a igreja foi construída de forma a servir de fortaleza em caso de ataques.

E bem perto dali fica a Sé Nova, construída a partir de 1598 para abrigar a Ordem Jesuíta. Com a expulsão dos jesuítas, a igreja acabou se tornando a nova sede episcopal (Sé) da cidade.

Bem pertinho da Sé Nova fica a Praça Dom Diniz, que dá acesso ao Aqueduto antigo, ao Jardim Botânico e, mais importante, à Escadaria Monumental! E meu amigo, prepare suas pernas pq essa escadaria não leva esse nome à toa! São 125 degraus que ligam a praça na Baixa, à Alta Universitária.

Do topo dos degraus você já vai ter uma bela vista panorâmica de toda a cidade, vendo pedaços da muralha antiga, o aqueduto como um todo, além de outros edifícios históricos.

Chegando ao topo, continue ladeira acima até passar pela Porta Férrea, um portão de 1634 que dá acesso ao Paço das Escolas, onde fica o núcleo histórico da Universidade de Coimbra.

O hoje chamado de Paço das Escolas foi outrora denominado Paço Real da Alcáçova. O local já servia de palácio ainda na época da invasão moura, tendo sido construído no século X. Inclusive, Alcáçova significa justamente “palácio” em árabe. Quando D. Afonso conquistou Portugal e escolheu Coimbra como capital, escolheu Alcáçova como residência real e o lugar passou a ser chamado de Paço Real da Alcáçova, sendo local de nascimento de todos os reis da primeira dinastia. Com o tempo o local foi sendo abandonado pela família real portuguesa e, no século XVI, foi reformado e passou a pertencer à Universidade de Coimbra, passando a se chamar Paço das Escolas.

Na verdade, a Universidade de Coimbra já existia muito antes disso, tendo sido fundada em 1290 e depois transferida para o Paço. Bem no meio do Paço fica uma estátua em homenagem ao rei D. João III, responsável pela transferência definitiva da Universidade para o antigo palácio real.

Hoje a faculdade conta com diversos campos, mas no Paço ainda está o curso de Direito, um dos mais antigos e tradicionais do mundo. Pra mim que cursei Direito foi fantástico conhecer esse local!

O acesso ao Paço é grátis e já vale demais a subida. Pra quem quiser conhecer mais da parte antiga da universidade, é possível visitar a Biblioteca Joanina, a Capela, subir as escadarias da Faculdade de Direito e muito mais. Os valores dos ingressos variam conforme o que se pretende conhecer e são vendidos ao lado da Porta Férrea.

Ficamos andando pela Alta, curtindo a vista, e depois descemos pela Rua Quebra-Costas, que tava mais pra outra escadaria do que pra rua! Acabamos parando e um café ali na rua e ficamos tanto tempo batendo papo que acabamos encerrando o dia por ali mesmo.

Pra quem tiver mais tempo, do outro lado do rio fica a Quinta das Lágrimas, local da história de amor de Inês de Castro e Pedro, e onde ela foi assassinada (e eu ja contei tudo sobre a Julieta portuguesa quando falei do Mosteiro de Alcobaça nesse post aqui). Se estiver com crianças, pode ser uma boa visitar Portugal dos Pequenitos, um parque que tem réplicas dos principais monumentos de Portugal em miniatura, e que fica próximo à Quinta das Lágrimas.

Coimbra na prática

Ficamos hospedados no Hotel Ibis Centro que fica bem perto do centro histórico e custou apenas 50 euros a diária com café da manhã! O hotel fica a uns 10 minutos à pé da estação de trem (Coimbra-A).

Como viemos de trem rápido de Lisboa, o trem pára na verdade em outra estação (Coimbra-B) e de lá é possível trocar para um trem regional que em 5 minutos te deixa na estação do centro. No nosso caso, nem precisaríamos comprar outras passagens, mas como estávamos em 3 e com 3 malas grandes resolvemos simplesmente pegar um táxi de Coimbra-B direto para o nosso hotel, numa corrida baratinha de uns 5 euros.

Comprei as passagens de trem (comboio) com antecedência direto no site oficial. Comprei passagens no AlfaPendular, que é trem rápido em Portugal. Compradas com antecedência, as passagens de Lisboa (Estação Santa Apolônia) para Coimbra saíram por 7 euros cada e a viagem durou 1h40m.

No dia seguinte, partimos de Coimbra para Porto (Estação Campanha) um pouco depois das 9hs da manhã, novamente de AlfaPendular com passagens compradas com boa antecedência. A viagem durou pouco mais de 1h e custou apenas 6 euros.

Óbidos, Nazaré, Alcobaça, Batalha e Fátima em um dia a partir de Lisboa!

Da última vez que estivemos em Portugal fomos para encontrar minha mãe que veio nos visitar e queria começar a viagem pela Europa por lá. Como tanto nós, quanto ela, já tínhamos visitado Lisboa, optamos por simplesmente nos encontrarmos em Lisboa e de lá passar uma semana visitando outras cidades de Portugal, como Óbidos, Coimbra, Porto e muitas outras, e de Porto mesmo vir pra Luxemburgo. Então, revisitamos alguns lugares (como já contei aqui), jantamos no Restaurante Laurentina (que também já contei aqui) e no outro dia já saímos para explorar cidades próximas de Lisboa.

Enquanto decidíamos o que fazer em um dia pela região de Lisboa, lembrei que da primeira vez que nós 3 pra Lisboa, fizemos um tour ótimo com um senhor muito simpático com preço ótimo para Sintra, Cascais e Estoril (que também tem post aqui). Então novamente combinei com ele um passeio por várias cidades pro dia seguinte, pelo valor total de 180 euros pra 3 pessoas. E às 8:30 da manhã ele já estava na porta do hotel nos aguardando para percorrermos mais de 300km em um só dia!

Óbidos

Depois de 1h na estrada, nossa primeira parada foi a medieval Óbidos. Na Antiguidade os romanos já passaram por ali, mas foi com a tomada da cidade pelos mouros que a cidade foi murada e reconstruída como vemos atualmente. Inclusive, em português arcaico Óbidos significava justamente “citadela” ou “cidade fortificada”!

Com a expulsão dos muçulmanos, pela importância e beleza de Óbidos, os reis de Portugal passaram a dar a cidade como presente para as rainhas de Portugal quando se casavam, uma tradição que durou 600 anos. Por isso, Óbidos ficou conhecida como “Casa das Rainhas”.

Logo em frente à entrada da cidade antiga fica o estacionamento público, o centro de turismo e o ponto de ônibus de onde chegam e partem os ônibus de Lisboa.

Considerando que Óbidos até hoje ainda ainda é toda murada, a forma de entrar na cidade ainda é pelo portão antigo da cidade. A Porta da Vila fica junto à uma capela em homenagem à Nossa Senhora da Piedade, a padroeira da cidade. E claro, tanto a passagem quanto a capela são decoradas de azulejos!

Basta atravessar a Porta da Vila e você já sai na Rua Direita, a principal rua de Óbidos e que leva até o Castelo de Óbidos. São apenas uns 500 metros entre o portão e o castelo que (pasme!) fique na outra extremidade da cidade antiga, numa caminhada de cerca de 5 minutos. Mas vá devagar! E aproveite a cidade pelo caminho!

Ou se preferir, vá até o castelo pelo muro da cidade. Logo ao lado da Porta da Vila fica uma pequena escadaria que dá acesso ao muro da cidade, que pode ser percorrido até o castelo, mas quando fui o caminho estava fechado em manutenção.

Nós fomos pela Rua Direita, passeando com toda a calma do mundo, nos embrenhando pelas vielas paralelas. A graça do lugar é justamente caminhar pelas ruelas estreitas, admirando as casinhas brancas com janelas e portas amarelas ou azuis.

No caminho passamos por algumas igrejas. A principal igreja mesmo é Igreja de Santa Maria, também chamada de Igreja Matriz de Óbidos. A Matriz é tão antiga que sequer se sabe ao certo quando foi fundada, tendo sido antes mesmo da invasão moura, quando foi convertida em mesquita. O que sabe é que foi sagrada em 1148, quando D. Afonso I, o primeiro rei de Portugal, reconquistou a cidade. Desde então passou por diversas modificações e reformas ao longo dos séculos, que refletiam o momento histórico ou artístico do período.

Mas para uma cidade tão pequena, o que não faltam são igrejas! Há outras igrejas como Igreja de São Pedro, a Capela de São Martinho e Igreja da Misericórdia. Mas talvez a mais interessante delas seja a Igreja de Santiago, que hoje é uma livraria e tem livros até no altar! Inclusive, Óbidos é hoje conhecida como Vila Literária por ter transformado prédios degradados em livrarias, atraindo feiras de livros e eventos culturais por isso.

Por fim, chegamos ao Castelo de Óbidos, que é considerado uma das 7 Maravilhas de Portugal. Também não se sabe exatamente quando o castelo foi construído, mas sabe-se que foi um forte ainda na época dos Romanos. Mas a forma como o vemos hoje veio posteriormente, sendo obra dos mouros que fortificaram toda a cidade e, claro, o castelo era centro de tudo isso.

Com a expulsão dos muçulmanos, o castelo passou por diversas reformas nas mãos das rainhas quando ganhavam ele de presente dos reis de Portugal. Entretanto, um terremoto e o fim da monarquia levaram o castelo ao esquecimento, que começou a ruir. Em 1932 iniciou-se um plano de extensa reforma até ser reaberto em 1948 como um hotel chamado Pousada do Castelo.

Logo, para visitar o castelo por dentro é necessário se hospedar no hotel. Se você sonha em dormir em um castelo, essa pode ser sua chance! Aparentemente também é possível almoçar no restaurante do hotel sem ser hóspede. Como ainda era cedo, vimos o castelo por fora, andamos um pouco pela muralha que dá vista para os vinhedos da região.

Em frente ao castelo também ficam algumas casas antigas medievais, que aparentemente hoje também fazem parte do complexo da Pousada do Castelo.

Enfim, retornamos pela Rua Direita, parando pelo caminho nas lojinhas e de artesanato. E, claro, para tomar uma ginginha, que é um licor de cereja feito na própria vila, e servido em um copinho de chocolate. Cada copinho de ginginha custa 1 euro. Depois disso, encontramos nosso motorista e seguimos para Nazaré!

Como chegar em Óbidos

É possível ir de carro e há um estacionamento público e grátis bem na porta da cidade antiga. Pra quem preferir ir de transporte público, a opção é ir de ônibus que para nesse mesmo estacionamento. A empresa que faz o trajeto é a Rodoviária do Oeste/Tejo, linha Rápida Verde, que sai da Estação Campo Grande em Lisboa. As passagens podem ser compradas online ou diretamente com o motorista em dinheiro e custam 8 euros cada perna. O trem não é uma opção porque há várias baldeações e a viagem leva 2-3 horas, além da estação ser longe da cidade antiga.

Nazaré

Nossa próxima parada foi em Nazaré, cidade litorânea conhecida por suas ondas gigantescas, que chegam à até 30 metros de altura! Inclusive, a maior onda já surfada da história foi justamente lá, com os surfistas brasileiros Maya Gabeira e Rodrigo Coxa quebrando recordes!

(Foto de Koji Kamei)

Infelizmente quando fomos a praia estava sem ondas. E pra piorar: uma ventania e uma friaca danada! Então fomos direto para o Farol de Nazaré que fica no Forte de São Miguel Arcanjo. De lá se tem uma bela vista do litoral, do penhasco e da cidade!

É do Farol que jornalistas e equipes assistem os campeonatos de surf. Na base do antigo forte ficam pranchas de surf autografadas dos surfistas mais famosos do mundo e que por ali passaram.

O lugar fica a uns 10 minutos à pé do Miradouro do Suberco, que também tem vistas bonitas e está no início do centro histórico e nosso plano era andar até lá, dar umas voltas e depois almoçar. Mas quando estávamos a caminho começou a chover. Então o jeito foi parar em um restaurante próximo e já almoçar. Por sorte, paramos em um restaurante com vista para o mar e pegamos uma mesa bem na janela! Como depois do almoço ainda continuava chovendo, resolvemos seguir para Alcobaça.

Como chegar em Nazaré

Pra quem vai de carro há um estacionamento muito próximo do Farol e do Miradouro.

Já pra quem vai por conta a opção é ir de ônibus, pela Rede Expressos, saindo da Estação Sete Rios. A passagem custa 12 euros cada perna. Chegando lá, a cidade é dividida na parte alta e parte baixa e o elevador (Ascensor de Nazaré) conecta as 2 partes da cidade.

Mosteiro de Alcobaça

O principal monumento da cidade de Alcobaça é justamente o Mosteiro de Alcobaça, sendo a mais antiga igreja gótica de Portugal. A construção foi iniciada em 1178, logo após a expulsão dos mouros, como uma forma de demonstrar o poder do Rei e da Igreja. Vários reis de Portugal foram enterrados ali e o Mosteiro encontra-se muito bem conservado, motivo pelo qual também está entre as 7 Maravilhas de Portugal.

Mas o que fez o Mosteiro de Alcobaça se tornar tão famoso e icônico é que ali estão enterrados Inês e D. Pedro I, os protagonistas da versão portuguesa de Romeu e Julieta. Dom pedro I casou-se com D. Constança Manuel, da nobreza castelhana, mas se apaixonou por Inês, uma das damas de companhia de Constança. O romance desagradou a corte e o povo e então o Rei D. Afonso IV mandou Inês para um castelo na fronteira com a Espanha, como forma de exílio. Algum tempo depois, Constança faleceu e então D. Pedro I chamou Inês de volta e se casaram às escondidas, já que seu pai continuava contra o romance. Quando descobriu o enlace, o Rei mandou executar Inês.

Menos de 2 anos depois, D. Pedro I subiu ao trono e com fogo nos olhos sua primeira ordem foi caçar os assassinos de Inês. Mandou executar 2 dos 3 algozes de Inês arrancando seus corações (um pelo peito e outro pelas costas!). Ao pedirem perdão, D. Pedro teria respondido “agora é tarde, Inês é morta”. Daí surgindo a famosa expressão “Inês é morta” como sinônimo de “não adianta mais” ou “tarde demais”. Por isso também, ele ficou conhecido como Pedro, o Cruel e Pedro, o Justiceiro. O terceiro assassino fugiu para a França, tendo sido perdoado por D. Pedro em seu leito de morte.

Depois disso, ainda mandou construir os dois esplêndidos túmulos em Alcobaça, já pensando em se unir à ela em morte. Inicialmente, os túmulos ficavam lado a lado, mas em 1780 foram mudados para outra área sendo colocados frente à frente. Depois em 1956 foram novamente colocados na posição original, mas frente à frente. Daí surgiu a lenda de que foram colocados assim para que a primeira coisa que eles vejam quando acordarem para o Juízo Final seja um ao outro. Outra lenda que surgiu é que D. Pedro I depois de exumar o corpo e antes de trasladar para o túmulo de Alcobaça teria feito uma cerimônia de coroação para Inês, obrigando toda a corte a beijar sua mão.

E por tudo isso, por mais que o mosteiro seja uma obra-prima gótica e tenha mais de 800 anos de história, o que todo mundo quer mesmo ver são os túmulos de Inês e D. Pedro I! Infelizmente, os túmulos foram um tanto degradados por soldados de Napoleão que buscavam jóias na época da invasão napoleônica.

Há como visitar as outras áreas do mosteiro, mas como nosso roteiro ainda incluía mais 2 cidades, seguimos para a próxima parada: Batalha!

Como chegar em Alcobaça

Pra quem vai de carro há um estacionamento bem grande em frente ao Mosteiro. Já pra quem vai por conta a opção é ir de ônibus, pela Rede Expressos, saindo da Estação Sete Rios.

Mosteiro de Batalha

Nossa próxima parada foi o Mosteiro da Batalha, que fica na vila de Batalha, distrito de Leiria, a apenas 20km de distância de Alcobaça. Esse é outro monumento também considerado uma das 7 Maravilhas de Portugal e também é Patrimônio Mundial da UNESCO.

O Mosteiro teve sua construção iniciada em 1386 e levou 2 séculos para ser construído. Chamado de Mosteiro de Santa Maria da Vitória por D. João I em homenagem à Santa Maria pela vitória contra os castelhanos em uma batalha decisiva, ficou mais conhecido como Mosteiro da Batalha.

Além da Igreja principal em si, há vários monumentos adjacentes como a Capela do Fundador, que fica à direita e foi erguido como um mausoléu ao rei e a rainha da época, que depois de falecidos foram ali enterrados. Visitamos a Igreja e a Capela e até teríamos visto mais coisa não fosse a chuva que não dava trégua! Então seguimos logo para Fátima.

Como chegar em Batalha

Novamente pra quem vai de carro é bem fácil porque há um estacionamento grande em frente ao Mosteiro. Já pra quem vai por conta a opção é ir de ônibus, pela Rede Expresso, saindo da Estação Sete Rios. De Fátima a empresa que opera a linha é a RodoTejo. E uma corrida de uber/táxi entre Alcobaça e Batalha sai 15-20 euros.

Santuário de Fátima

Nossa última parada foi Fátima para visitar o Santuário de Fátima, um dos maiores centros de peregrinação católica do mundo, atraindo milhões de peregrinos anualmente! Inclusive, todos os últimos papas o visitaram, inclusive o Papa Francisco.

O lugar começou como uma pequena capela após os Três Pastorinhos – Lúcia, Jacinta e Francisco – terem visto Nossa Senhora em 1917. As crianças disseram ter visto Nossa Senhora 6 vezes e que, em uma delas, ela havia pedido que fosse ali construída uma capela. A capela foi erguida e logo se tornou um centro de peregrinação, sendo expandido ao longo dos anos. Hoje ocupa uma área maior que a Praça São Pedro no Vaticano.

Talvez o ponto mais importante seja a Capela das Aparições, erguida onde a Santa teria aparecido. Justamente onde está a imagem é onde ela teria aparecido na azinheira. No lugar da árvore foi feita uma pequena capela, que com o tempo acabou sendo expandida e, por fim, a atual construída em volta da original.

Além da Capela das Aparições, existe também a Basílica de Nossa Senhora de Fátima, onde foram enterrados os Três Pastorinhos.

Com o constante aumento de peregrinos, a Basílica ficou pequena para comportar tanta gente. Então foi erguida a Basílica da Santíssima Trindade, capaz de abrigar 8 mil fiéis nas missas.

Basta chegar lá e conhecer o local. A dica é não ir nos dias 13 porque é a data da primeira aparição e aparentemente o lugar fica lotado. Fomos durante a semana na baixa temporada (com chuva!) e o estava deserto!

Caso se interesse, é possível visitar a Vila de Aljustrel, onde os Pastorinhos moravam. Lá há inclusive um museu na antiga casa de Lúcia e é possível também visitar a de Jacinta e Francisco.

Como chegar no Santuário de Fátima

Mais uma vez, pra quem vai de carro é bem fácil porque há um estacionamento gigante em frente ao Santuário. Já pra quem vai por conta a opção é ir de ônibus, pela Rede Expresso, saindo da Estação Sete Rios. A passagem custa 13 euros cada perna e a rodoviária de Fátima fica perto do Santuário.

Como fizemos esse tour na prática

Como disse lá em cima, fechamos esse passeio com motorista particular. Queríamos conhecer todos esses pontos, mas sem alugar carro já que só tínhamos um dia livre e no outro já seguiríamos para Coimbra/Porto de trem. Seria impossível fazer tudo que queríamos em um só dia por conta própria. E foi então que resolvi de novo fechar o passeio com o Sr. Viriato, um senhor suuuper simpático, que adora contar suas histórias e falar de Portugal. E ainda bem que fizemos isso: imagina dirigir 300km na chuva, preocupar com estacionamento e se virar no gps!? Melhor deixar com quem conhece rs

O valor do passeio foi 180 euros, já incluso pedágios. Mas isso foi antes da pandemia, então não sei se ele ainda trabalha com o táxi (afinal, ele já é idoso). Em todo caso, aqui está o contato dele:

Sr. Viriato Dias:  219 836 736 (tel) ou 966 775 481 (cel)

Évora: um dia na capital do Alentejo

Em uma das vezes que fomos à Portugal, estávamos com um dia livre e sem muito o que fazer em Lisboa. Então decidimos fazer um bate e volta até Évora, que fica a 1h30min de Lisboa e é a capital da região do Alentejo.

Tanto de trem, quanto de ônibus ou carro o tempo de viagem é o mesmo: 1h30min. Eu optei por ir de trem e voltar de ônibus e no final do post explico o passo-à-passo de como ir, onde comprar passagens, horários e onde ficam as estações.

O centro histórico levou Évora a ser tombada como Patrimônio Mundial da UNESCO por ser considerada uma “cidade-museu”, visto que tem diversas ruínas romanas e medievais, que demonstram a passagens de povos ao longo dos séculos, como romanos e mouros, até atingir seu ápice quando Évora se tornou residência da família real portuguesa no século XV. Inclusive, a maior parte das atrações turísticas são justamente dessa época de ouro!

Toda a parte histórica está dentro dos muros medievais, que ainda estão de pé e se estendem por mais de 3km ao redor do que era a antiga cidade. E justamente por isso, as atrações ficam todas muito próximas umas das outras, sendo facilmente percorridas à pé em algumas poucas horas.

Ou seja, Évora vai te proporcionar uma volta ao passado, em meio à muralhas do século XIV, ruelas estreitas, uma catedral medieval, um templo romano e praças antigas. Tudo isso em uma região conhecida por suas vinícolas e paisagens verdinhas.

Chegando em Évora, fomos direto para o centro da cidade numa corrida que não chegou a custar 4 euros (não me lembro se de táxi ou uber). Mais especificamente, fomos direto para o Templo Romano, que é praticamente o marco zero da cidade e fica bem no meio de tudo!

O Templo Romano de Évora fica bem no meio da cidade velha e na Antiguidade fazia parte do Fórum Romano, que era a parte mais nobre, alta e importante da acrópole/cidade romana. O templo talvez o mais importante monumento do país que marca a presença dos romanos em Portugal (ou Lusitânia, como era chamado pelos romanos).

O templo começou a ser construído no século I d.C, mas só foi concluído no século II ou III. Ficou erroneamente conhecido como Templo de Diana, pois um monge na Idade Média acreditava que o templo tinha sido construído em homenagem à deusa da caça. Hoje se sabe que foi construído em homenagem ao imperador romano Augusto.

Durante a Antiguidade, o templo tinha lugar central na vida das pessoas, mas com o fim do domínio romano e a invasão de povos bárbaros o prédio foi sendo parcialmente destruído ou modificado. Ao longo dos séculos, além de sobreviver à um terremoto, já serviu de estrutura militar, de mesquita durante a invasão moura, igreja católica, torre militar novamente, e até mesmo açougue e celeiro, até finalmente ser convertido em monumento histórico no século passado! E depois de sobreviver à tudo isso, não poderia deixar de ser o cartão postal da cidade!

O templo fica bem no meio do Largo Conde de Vila Flor, e em volta dele estão vários outros edifícios históricos como a Sé de Évora, o antigo Tribunal da Inquisição, a Igreja e Convento dos Lóios, o Palácio dos Duques de Cadaval), a Biblioteca Pública e o Museu de Évora. E na rua atrás da Sé, fica a Universidade de Évora, a segunda mais antiga de Portugal.

(Museu de Évora)

A Sé de Évora é a catedral da cidade e, portanto, tem sido a igreja mais importante da região desde a Idade Média. Foi construída entre os anos de 1186 a 1250. Hoje abriga um museu de arte-sacra, e também é possível subir até o telhado para se ter uma vista aérea da cidade e do templo romano. Como ando meio cansada de visitar igreja, me contentei em ver por fora e segui para a Praça do Giraldo.

Na Praça do Giraldo fica o centro de turismo, onde você pode pegar um mapa da cidade se quiser. A praça é linda, tendo sido construída entre 1571 e 1573 em homenagem à Geraldo Geraldes, responsável por recuperar a cidade das mãos dos mouros. No meio da praça está um chafariz em mármore de 1557 e atrás dela está a Igreja de Santo Antão do mesmo ano.

Em volta da praça há ainda outros prédios históricos importantes, como a Câmara Municipal, o Banco de Portugal e as ruínas dos antigos banhos romanos. Aproveitamos pra fazer uma pausa e comer em dos restaurantes das cercanias da praça.

Claro, que já começamos pedindo vinho! Afinal, o vinho da região do Alentejo está entre os melhores de Portugal. E o prato tinha que ser o mais típico da região: Migas à Alentejana!

O prato consiste em carne de porco ou/e vaca servido com batatas e uma mistura de massa de pão com ervas (que são as migas). E a sobremesa também foi migas doces alentejanas!

Completamente fartos, nos arrastamos para a Igreja de São Francisco. Essa igreja foi construída por volta de 1510, sendo a mais alta da cidade. E foi construída em cima de um antigo convento franciscano, que havia sido a primeira instituição franciscana de Portugal. Embora a seja a mais importante e antiga, essa com certeza é a mais famosa. Por dentro, impressiona principalmente a Capela-Mor, que é toda talhada em ouro e mármore (e também repleta de azulejos, claro!).

Mas o que mais impressiona mesmo é a sua capela anexa: a Capela dos Ossos. Isso mesmo, uma capela coberta de ossos humanos! A capela foi construída nos séculos XVI e XVII, tendo sido ideia de três frades franciscanos que queriam trazer uma reflexão sobre a brevidade da vida.

A capela é constituída por ossadas vindas das igrejas e cemitérios da cidade. Dizem que foram desenterradas cerca de 5000 pessoas. As paredes, as colunas e as abóbadas da capela estão revestidas de milhares de ossos humanos.

Na entrada da capela constam os dizeres: “Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”.

A entrada custa 5 euros. Por termos ido na baixa temporada, não havia fila.

Depois da macabra visita, ficamos batendo perna pelo centro histórico, que lembra um pouco Óbidos (outra cidade medieval que também fomos e que logo vai ganhar um post), mas que me lembrou principalmente de cidades como Ouro Preto e Paraty, mostrando como era forte influência da arquitetura portuguesa no Brasil-Colônia! As ruelas são absolutamente bonitinhas e estavam completamente vazias! As casinhas brancas com portas e janelas amarelas ou azuis já são por si só um belo passeio.

Então seguimos para o Jardim Público, que foi uma pausa perfeita pós-almoço/meio da tarde. Além da tranquilidade e diversidade de plantas (e de alguns pavões que ali vivem soltos), o local conta com 3 atrações turísticas: um pedaço da Muralha Medieval (século XIV), o Palácio de D. Manuel (século XVI) e as Ruínas Fingidas (século XIX). As Ruínas Fingidas ganharam esse nome por não serem verdadeiras ruínas, mas ruínas reunidas de vários monumentos provenientes de toda a cidade para formar uma ruína ali e dar um ar mais antigo e romântico ao lugar.

Mas o destaque mesmo fica para o Palácio de D. Manuel. Esse palácio também já foi residência real, tendo sido um dos mais importantes do reino. Tanto que foi ali que Vasco da Gama foi incumbido pelo rei de descobrir o caminho das Índias. Infelizmente, do Palácio apenas sobrou uma galeria, a Galeria das Damas. O resto acabou completamente destruído ao longo do tempo.

Do Palácio de D. Manuel seguimos para a Porta do Raimundo, o antigo portão de acesso à cidade antiga murada que ainda está de pé. Pra mim, é o melhor ponto para se ver bem a Muralha.

E terminamos nosso roteiro ali justamente porque a rodoviária fica a 5-10 minutos de caminhada do portão. Viu como ficou um roteiro bem redondinho e sem correrias para um bate e volta tranquilo de Lisboa!?

Évora na prática: como fazer um bate e volta a partir de Lisboa

Como disse lá em cima, a viagem Lisboa-Évora demora aproximadamente 1h30min, tanto de carro, quanto de trem (comboio) ou ônibus (autocarro). Se quiser alugar um carro, saiba que as estradas são ótimas. Nós decidimos ir de trem e voltar de ônibus.

Há trens partindo 5x ao dia, a partir de 3 estações em Lisboa: Estação Sete Rios, Estação Entrecampos e Estação Oriente. Muito provavelmente as mais próximas de vc serão a Sete Rios e Entrecampos. Pra nós a mais próxima era a Sete Rios, com horário de partida às 9:15 da manhã.

Compramos as passagens na hora por 12 euros, mas é possível comprar no site com antecedência e encontrar passagens a partir de 7 euros.

Como disse lá em cima, chegando na Estação de Évora pegamos uma corrida direto para o Templo Romano, por ser bem no miolo de tudo, e a corrida não chegou a 4 euros (não me lembro se foi táxi ou uber).

Já a volta, como estávamos bem perto da rodoviária, resolvemos voltar de ônibus. Até porque os ônibus são mais frequentes (mais ou menos 1 ônibus por hora). A companhia que atua a linha é a Rede Expressos. Cada passagem também custou 12 euros. E ponto de chegada/partida em Lisboa também é a Estação Sete RIos

Quando chegamos a próxima partida era às 16hs, mas já não haviam lugares juntos e voltamos em poltronas separadas. Assim, se vc também estiver viajando acompanhado e essa também for a sua opção vale a pena também comprar passagem antecipadamente no site e marcar assentos juntos.

A outra opção é também voltar de trem, mas há apenas um trem por volta de 17h e outro às 19h, então se preferir realmente confira os horários antes e se programe para pegar o trem.

O que e onde comer em Lisboa

Normalmente quando viajamos, seja para onde for, a culinária faz parte da experiência e vamos em busca de experimentar a comida local como parte da viagem. Mas em Portugal a viagem poderia ser apenas centrada na comida e já valeriam as passagens aéreas de qualquer lugar do mundo!

A comida portuguesa vai muito além do bacalhau e dos famosos pastéis de nata, mas é claro que numa primeira viagem à Portugal esses queridinhos da gastronomia portuguesa podem (e devem!) ser experimentados!

Mesmo morando em Luxemburgo que conta com quase metade da população portuguesa (e, portanto, com um restaurante português em cada esquina), eu adoro ir para Portugal apenas para comer!

Vale a pena dizer que cada região conta com seus pratos mais típicos. Espere comidas mais pesadas no Porto (como caldos, comidas à base de porco, Francesinha, Bacalhau de Natas), e algo mais leve (como peixe assado e frutos do mar) no Algarve! E Lisboa por estar bem no meio, e ser a capital do país, parece ter uma combinação de tudo! Então dá pra achar qualquer coisa da culinária portuguesa na cidade!

Mas se for sua primeira vez na cidade, vale a pena optar pelos “clássicos”! (ou mesmo que não seja a primeira vez hahaha!)- Eu sempre que vou não perco o Bacalhau à Brás, Bacalhau com Natas, Pastel de Bacalhau e Pastel de Nata! Então por isso mesmo selecionei aqui alguns lugares que acabo sempre batendo ponto toda vez que vou à Lisboa!

Laurentina – o Rei do Bacalhau

Esse batemos ponto toda vez que vamos à Lisboa! Um local nos indicou e como ficava à 2 ou 3 quarteirões do nosso hotel e fomos ver qual era. Desde então sempre que vamos à Lisboa, temos que passar por lá!

A especialidade é bacalhau, claro! Mas eles também tem outros pratos portugueses e também moçambicanos.

Eles tem vários pratos com bacalhau. Eu já experimentei alguns e meus favoritos são o Bacalhau com Natas e o clássico Bacalhau à Brás!

Mesmo sendo um restaurante mais conhecido pelos locais do que pelos turistas, é comum ficar lotado, então vale a pena fazer reserva, que pode ser feita diretamente no site deles.

Café Gelo

Caímos nesse restaurante meio que de gaiato. Já era quase final do horário de almoço, estávamos na Praça Rossio morrendo de fome e resolvemos parar por ali mesmo e almoçar. Demos uma olhada no cardápio, vimos que tinha absolutamente tudo e entramos. Inclusive, além das mesas externas, eles tem um salão interno bem grande, então nas 2x que fomos conseguimos achar mesa sem problemas.

Eles servem um poucos de tudo, desde entradas como o pastel de bacalhau até sobremesas como o pastel de nata, passando pelos principais pratos tradicionais da comida portuguesa até a picanha brasileira. Então sempre dá pra encontrar algo rs.

Muito tempo depois que descobri que o café está lá desde 1890 e ficou famoso por ser um local onde oposicionistas à ditadura se reuníam, bem como intelectuais. Dentre eles, estava o grande poeta lisboeta Fernando Pessoa.

Museu da Cerveja para Bolinho de Bacalhau com Queijo

Essa é outra opção que não é super escondida e conhecida apenas pelos locais. Pelo contrário, o Museu da Cerveja que fica localizado bem na cara do gol do maior cartão postal de Lisboa: a Praça do Comércio, também conhecida como Terreiro do Paço. Esse é um lugar bem pra turista mesmo e vc dificilmente verá um local por ali. Por outro lado, afinal, por que não sentar numa mesa bem de frente pra maior atração turística de Lisboa!?

Paramos lá depois de passear pela cidade e ver o pôr-do-sol sob o rio Tejo justamente do Paço/do Cais. E por ser verão caiu super bem uma cerveja gelada acompanhada de um pastel de bacalhau (ou bolinho de bacalhau pra nós brasileiros!)

O restaurante do museu fica no térreo e serve cervejas portuguesas e de ex-colônias portuguesas. São mais de 100 rótulos portugueses. Mas o melhor mesmo é o bolinho de bacalhau! Ou melhor dizendo: o Pastel de Bacalhau com Queijo da Serra da Estrela!

Junte o tradicional bacalhau e o mais famoso queijo de Portugal e não há muito espaço para erro! Os bolinhos são servidos bem quentinhos com o maravilhoso queijo do norte do país derretendo em cada mordida! Simplesmente delicioso!

O mesmo exato bolinho também é vendido na Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau, mas nunca encontrei o lugar sem filas e com mesa e, por isso mesmo, nunca tinha provado até descobrir que também é servido no museu da cerveja, sem fila, com mesa e sem muvuca!

Confesso que achei meio caro a unidade (5 euros), mas isso foi até chegar na mesa. Cada unidade é de tamanho bem generoso e há mesmo um custo pelo restaurante estar na melhor localização possível de toda a Lisboa!

O Museu da Cerveja fica bem na Praça do Comércio (nº 62), como é de se esperar, tem uma exposição sobre cervejas de Portugal. A entrada para ver a exposição custa 5 euros. Mas nós ficamos só pela cerveja e pastel de bacalhau hahah.

Pastéis de Belém

O primeiro da lista não poderia deixar de ser o Pastel de Belém! A famosa “pastelaria” (como eles chamam) fica ao lado do Mosteiro dos Jerônimos e há uma razão para isso: foram os próprios monges que viviam no Mosteiro que inventaram esse doce maravilhoso! Com a Revolução Liberal, os monges foram expulsos em 1834 e numa tentativa de sobrevivência colocaram essas delícias à venda. Mesmo Lisboa sendo longe na época, cada vez mais pessoas iam lá para degustar de forma que a fama do lugar só aumentava. Iniciava-se, assim, a fabricação dos famosos pastéis de Belém, com a secreta receita dos monges.

Dizem que a receita ainda se mantém a mesma e ainda é secreta, de forma que apenas 3 pessoas no mundo a têm. Essas 3 pessoas trabalham lá obviamente, e tem um contrato de sigilo. Os ingredientes também são os mesmos daquela época. Então Pastel de Belém, só em Belém!! O resto se chama Pastel de Nata! hahah

Mas ali não apenas são vendidos Pastéis. Há alguns salgadinhos, como empadas, coxinhas, croquetes, etc. Tradicionalmente, tudo isso acompanhado de Moscatel: um vinho doce e denso que mais lembra um licor/vinho do porto.

Há sempre uma fila gigante de pessoas comprando para levar.  O local parece pequeno, pois há apenas uma portinha. O detalhe é que essa porta dá acesso a um grande pátio interno com 400 mesas. O serviço é ágil. Então, não se preocupe que sem pastéis você não fica! Das várias vezes que já fomos lá somente uma vez pegamos fila pra entrar, mas em 10-15 minutos já estávamos sentados!

Fábrica da Nata

(Foto de divulgação oficial)

Se assim como eu você já tiver ido algumas vezes à Belém e não estiver disposto a atravessar a cidade por um pastelzinho, saiba que há um muito parecido e tão delicioso quanto, bem no centro histórico! E esse me foi recomendado por uma local e estava lotado de pessoas locais quando fomos (ao contrário de Belém). Ou seja, sempre uma boa pedida seguir os locais!

A Fábrica da Nata faz maravilhosos pastéis de nata que não perdem em nada para os Pastéis de Belém e com a comodidade de estar bem no centro de Lisboa e também de Sintra e do Porto! Em Lisboa são 2 unidades: uma na Rua Augusta e outra Praça dos Restauradores.

O pastel custa 1 euro cada. Eles mesmo sugerem que se coma acompanhado de uma taça de vinho do porto e a combinação vinho + pastel sai por 2,50. Se preferir um café, não faltam opções no menu! E no inverno há também a opção de chocolate quente! Além disso eles também servem alguns sanduíches e salgadinhos, mas que nunca provamos.