Lá e de volta outra vez: o Norte na prática 2

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Ao longo dos posts, eu mencionei alguma coisa do roteiro e hotéis que ficamos na nossa segunda viagem para Escandinávia, mas resolvi fazer o post para juntar essas informações práticas em um só lugar.

(Na nossa primeira vez ao Norte fomos para Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia, Estônia e Rússia e as informações mais práticas da viagem também estão no blog nesse link: https://talitavaiaomundo.wordpress.com/2016/10/02/viajando-bem-e-barato-pela-escandinavia/ ).

 

  • Hotéis 

Na viagem para a Islândia tivemos um dia em Copenhagen na ida e dois na volta, já que o lugar mais fácil para se voar para Islândia é mesmo a capital dinamarquesa. A viagem estava toda organizada, mas de última hora tivemos imprevistos e tivemos que reservar um hotel para a primeira diária em Copenhagen. Não sei se foi azar, ou se havia algum evento na cidade, mas os hoteis estavam lotados e caríssimos nessa data. A gente já sabia da existência de Malmö e estávamos considerando mesmo fazer um day-trip pra lá. Aí nosso day-trip acabou virando um final de semana em Malmö.

Ficamos no Moment Hotels. A reserva foi feita pelo booking porque estava com um desconto na diária. Pegamos um quarto econômico já que seria apenas uma diária. Apesar de pequeno, era bem funcional e limpo. O único infortúnio foi que reservei um quarto sem janela, justamente para evitar claridade. Ocorre que o quarto sem janela, na verdade tem uma janela no teto que não tem como ser fechada. Isso não chegou a ser um problema porque já era inverno e estava escurecendo cedo e anoitecendo tarde, mas no verão em que escurece meia-noite e amanhece às 3 da manhã certamente teria sido! De resto, recomendo a todos esse hotel.

Já na Islândia ficamos em um B&B que absolutamente adorei! O nome é Snorri’s Guesthouse . O Magnús é o dono do local e te recebe muito bem, além de sempre ter dicas. Chegamos às 2 da manhã e lá estava a ele a postos nos esperando! Além disso, precisei alterar as reservas 2 ou 3 vezes, ao que ele foi super solícito. Sempre que iríamos sair ele perguntava onde iríamos, por qual empresa e quando o tour começava a demorar, ele saía à porta para dar uma espiadinha dizendo que logo ligaria se não chegassem em breve. Em suma, muito atencioso.

O quarto em si era espaçoso e muito agradável. Bom sinal de wi fi, bom café da manhã, quarto grande e confortável, bom banheiro. Ficamos no quarto com banheiro privativo, mas notamos que mesmo os banheiros dos corredores sempre estavam vazios e impecavelmente limpos. Ou seja, eu recomendo demais essa Guesthouse!

Já em Copenhagen ficamos duas diárias no Wakeup Borgergade que é um desses hoteis de estilo bem jovial. Apesar de pequenos, os quartos eram bem funcionais e muito limpos. O melhor é que era super bem localizado, estando a 5min de caminhada de uma estação de metrô que leva diretamente ao aeroporto e a 20 min da estação central e atrações turísticas. Tanto que fomos ao Tívoli Park, à Lego Store e outras atrações à pé nos dias que estivemos por lá.

  • Roteiro

Então, o roteiro ficou assim:

Dia 1: chegada bem cedo na Dinamarca e ida para Malmö

Dia 2: Malmö, volta para Copenhagen e ida para Islândia

Dia 3: Blue Lagoon + Aurora Boreal

Dia 4: Sul da Islândia

Dia 5: Círculo Dourado

Dia 6: Reykjávik + Aurora Boreal

Dia 7: ida para Copenhagen

Dia 8: Tívoli Park

Dia 9: Castelo Frederiksborg e vôo de volta

Escrevi sobre o que fizemos em cada dia desse roteiro e todos os posts estão aqui no blog também.

  • Transporte

Do aeroporto de Copenhagen para Malmö fomos de trem, pegando o trem já no aeroporto, que nos deixou quase que de frente o hotel que escolhi.

Em Copenhagen fizemos tudo à pé ou de trem também, pegando um ou outro táxi ali.

Quanto à Islândia, já falei no blog que havia pensado em alugar uma campervan primeiro momento (tipo um mini-trailer! quem nunca quis essa mini-aventura!?).  O que depois virou um carro, e que depois acabou não sendo nenhuma das duas coisas. E ainda bem! O tempo estava bem ruim e choveu consideravelmente em alguns dias durante nossa viagem, sendo que alguns dias antes de chegarmos o tempo estava tão ruim que fez com as estradas fossem fechadas.

No fim das contas, foi ótimo depois desses dias corridos e puxados não ter que dirigir, especialmente na chuva e poder voltar pra um quarto de hotel super confortável e descansar. Se você for no inverno como nós fizemos, o clima estará terrível possivelmente e fazer um day trip com um grupo pode não ser ruim. Coloquei as empresas de turismo que fechamos nos posts de cada passeio.

Para chegar e sair do aeroporto são 45min-1h. Usamos o ônibus Flybus que sai a cada meia hora hora. Ele te leva para a central deles e de lá uma van te deixa na porta do seu hotel. Só é meio caro, mas o que não é na Islândia!? Há outros, mas que também estavam o mesmo preço na época sendo que esse havia mais opções de horário. Também foi o mesmo que usamos para ir à Lagoa Azul.

Flybus Airport Shuttle: https://www.re.is/flybus/

  • Vôos

Quanto aos vôos para a Islândia, como disse tivemos que comprar a partir de Copenhagen pela Icelandair. Isso porque, há poucos vôos para a Islândia, então o jeito foi voar até a Dinamarca primeiro. Sabendo disso, aproveitamos uma promoção irresistível de passagens para Dinamarca.

Há vôos saindo de algumas outras cidades como Frankfurt e Londres, mas também já disse em outro post que o pai do David residia em Copenhagen. Então fez sentido não só financeiramente, mas também porque aproveitamos para passar algum tempo em família. Por isso também que os dias em Copenhagen foram bem café-com-leite. Afinal, além de já conhecermos o local, também estávamos acompanhados e aproveitando para por o papo em dia.

O perrengue que valeu a pena: a caça da Aurora Boreal

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Você já se imaginou atrás das Luzes do Norte!? Pois bem, aqui vai um manual de dicas de como vê-las e registrá-las!

Toda a viagem épica na Islândia que fizemos começou porque o David tinha o sonho de ver uma aurora boreal. O que leva a seguintes perguntas que serão nesse post respondidas:

  • O que é uma aurora boreal?
  • Onde ver uma Aurora Boreal?
  • Como fotografar?
  • O que não te contam?
  • Como caçar uma Aurora Boreal?
  • Como foi na prática?

 

  • O que é uma Aurora Boreal?

A Aurora Boreal é um fenômeno natural ótico. Nas regiões polares, pode-se avistar as luzes serpenteando pelos céus. Isso ocorre como consequência do impacto de vento solar com a alta atmosfera da terra, ambas canalizadas pelo campo magnético da Terra.

Para quem se interessar em saber mais sobre essa nerdice segue aqui um vídeo bem legal que explica o fenômeno:

 

  • Onde ver uma Aurora Boreal?

Como disse, a Aurora pode ser avistada nas regiões polares, tanto no Norte (Escandinávia, p. ex. ), quanto no Sul (sul da América do Sul, Antártica, Austrália). Além disso, é necessário que esteja escuro, realmente escuro. Isso faz com que o inverno se torne adequado, pois as noites se tornam muito longas. Tão longas que o sol sequer nasce em alguns países.

Todavia, não basta “apenas “rumar para o Norte. Também é importante que seja um lugar em que as condições climáticas favoreçam. Isso porque, o tempo nublado vai impedir que as luzes apareçam. É por isso que Tromso é conhecida como “a capital mundial da aurora boreal”. Juntamente com as cidades no Norte da Finlândia, Tromso é o local ideal para se ver a aurora. O motivo é que tais cidades estão localizadas no círculo boreal e tem boa visibilidade em virtude do clima mais seco. Já a Islândia não tem uma visibilidade tão boa e, por isso, as chances são menores de se avistar as Luzes do Norte.

Aí você me pergunta: pq diabos Islândia então e não Tromso. Muito simples! Eu não queria ir para um lugar no meio do nada, praticamente sem sol em que a única atividade interessante fosse ver a aurora boreal. Porque se não conseguisse avistar saíria frustrada por ter gasto uma semana de férias em um lugar astronômico de caro! Ta, Tromso tem uma boa estrutura para o turista, mas quase todas as atividades diurnas seriam restritas pelo simples fato de que não há sol no inverno. Além disso, os noruegueses não são exatamente o povo mais simpático do mundo e por aí vai.

Já a Islândia era justamente o contrário. Ouso dizer que o islandês é o povo mais legal do mundo. Ou, ao menos, foi essa impressão que tivemos com aqueles que conhecemos. O país tem taaanto a oferecer que vai faltar dia e dinheiro para tanta coisa deslumbrante que você gostaria de ver. Muito mais legal ficar vendo vulcão, gêiseres, cachoeiras, montanhas, locais de filmagem de Game of Thrones do que ficar perambulando em vilarejos da Escandinávia, não concorda!?

Outro fator é que as temperaturas na Islândia não são tão baixas quanto às do Norte da Escandinávia. E nem as nortes tão curtas a ponto do sol nem nascer. Logo, daria pra ver tudo que queríamos na Islândia sem problemas. Então mesmo que não víssemos a aurora boreal não haveria problema algum porque a viagem para a Islândia já teria sido fantástica e um fim em si mesma! Islândia definida!

  • Como fotografar?

Li em todos os sites que não era possível fotografar com a câmera do Iphone e nem mesmo com uma câmera compacta. Seria necessário uma câmera reflex ou profissional, tipo a digital single-lens reflex. Aí acabamos que não compramos nada. Afinal, tem que montar tripé, comprar lente certa, ajustar tudo na distância x, etc. A chance de vermos uma aurora nem era tão grande assim e o custo de uma câmera que não saberíamos operar nos ajudaria a pagar parte da viagem! Desistimos e deixamos para lá.

Quando estávamos lá, descobrimos um aplicativo chamado Nothern Lights e, pelo menos, para nós foi o suficiente. Como vou contar abaixo, a nossa aurora durou apenas alguns minutos e nem teria dado tempo de conseguirmos tirar uma boa foto com uma câmera profissional e aproveitar e admirar o evento. Afinal, pelo menos para mim, as fotos acabariam que se tornariam secundárias em um evento natural de apenas alguns minutos e que veria apenas uma vez na vida muito provavelmente.

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  • O que não te contam sobre a Aurora Boreal

As luzes da aurora boreal ficam mais nítidas nas fotos do que a olho nú. Não sei por qual fenômeno isso acontece, mas notamos que todas as câmeras do nosso grupo e até mesmo as fotos do nosso iphone mostravam mais aurora do que o que realmente vimos. E pelo visto isso é comum. Todavia, o fenômeno não chega a decepcionar. Pelo contrário. Só é diferente a olho nu daquilo que vemos em fotos e filmagens.

  • Como caçar uma Aurora Boreal? 

Olha, não vou mentir: é um tanto quanto sofrido. Já deu para perceber que acontece à noite. Basicamente, você contrata um guia que te leva para algum lugar fora da cidade. Isso porque, é necessário que esteja bem escuro lembra!? Então, por causa da iluminação da cidade, a menos que seja uma aurora muito forte, não é possível avistar dali. Não que não aconteça. Duas semanas antes de irmos vimos a notícia que a prefeitura de Reykjavík desligou toda a iluminação pública e determinou o desligamento de tudo por meia hora para que todos vissem melhor a aurora, que estava com previsão de escala 9-10. E realmente foi um espetáculo visto até mesmo da capital.

Bem, mas exceções à parte, você contratará alguma empresa que te levará para algum lugar bem ermo. Algo bem legal na Islândia, é que todas as empresas de turismo que vimos te dão um voucher para ir outro dia se você sair no passeio e as luzes não aparecerem (mais uma coisa que não parecia ter em Tromso).

Eu havia encontrado uma empresa bem pequena para fazer o passeio. Além de ser uma van bem pequena, eles também tiravam fotos com equipamento ultra-profissional que falei ali acima e te enviam por e-mail. Infelizmente, como exigia pré-pagamento e eu não sabia que eles devolviam o dinheiro caso não houvesse saída ou dessa possibilidade de refazer. Não lembro o nome dela para por aqui.

De toda forma, nós fomos com a Sterna Travel na opcão Deluxe, que eu recomendo igualmente. Optamos pela Deluxe porque preferimos sair em grupo pequeno numa van/micro-ônibus do que em um ônibus de 45 pessoas. Chegamos no domingo de madrugada na Islândia e já na segunda à noite havia previsão de aurora. Acertamos com a empresa que nos pegou na hora marcada no hotel e tivemos como guia um simpático senhorzinho. Ele nos levou para uma estrada no meio do nada.

Descemos do ônibus no meio dessa estrada em plena noite de inverno escandinavo e ficamos lá… e ficamos… e ficamos… e ficamos… até que!? não vimos nada, nada apareceu, voltamos para o hotel, ganhamos nosso voucher pra outra tentativa. O pior é que era o único dia em que havia previsão/possibilidade era esse mesmo. ok. Paciência. Vida que segue. É um fenômeno natural afinal de contas.

Antes da viagem eu já vinha checando as previsões. Até o site da Nasa eu olhava e passei a entender um pouco de física, coisa que não via desde o ensino médio. Justamente eu que não sei nada de nada que não seja da área de humanas hahahha. E nisso, descobri esse site que informa a previsão de aurora boreal: http://en.vedur.is/weather/forecasts/aurora/

Foi então que o David checando esse site viu no nosso último dia lá (já que no outro dia iríamos embora cedo) que havia possibilidade de aurora boreal para a noite. E lá vamos nós. Ligamos para a empresa que nos pegou novamente no horário acertado, nos empacotamos com nossas roupas próprias e vamos que vamos. Novamente, com o mesmo senhor simpático, fomos para outro lugar ermo no meio do nada em nossa vã e ficamos lá no meio da natureza por algumas horas e… nada! Foi assim que todos do grupo desistiram por cansaço/frio/tédio e quiseram voltar pra capital. Entramos na van, andamos um pouco e tchan: algo começa a brilhar no céu!

Paramos ali mesmo na estrada, descemos correndo e vemos a aurora boreal por alguns minutos (sim, só durou alguns minutos). Olho no relógio e verifico que elas apareceram exatamente à meia-noite, na virada para o dia 5 de novembro. Ou seja, bem na hora do aniversário de 30 anos do David. Até a natureza colaborou!

Valeu a pena todo o perrengue? Mesmo um tanto quanto tímida, nossa Aurora Boreal valeu a pena demais! E fechou com chave de ouro nossa viagem épica para a Islândia!

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Reykjavík

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No nosso último dia inteiro por lá (já que no outro dia viajaríamos cedo) havia previsão de potencial atividade boreal. Assim, decidimos não fazer nenhum passeio longo, ter um dia mais tranquilo porque à noite iríamos caçar aurora boreal (e isso vai render um post próprio em breve). Foi assim que aproveitamos para fazer algo que não fizemos nos dias em que estivemos na capital: conhecê-la! A cidade concentra mais de 100 mil dos 300mil habitantes do país. É a capital mais setentrional do planeta, estando muito próxima ao polo Norte e está lá desde o ano 870.

Muito embora estivessemos hospedados lá, chegamos na cidade de madrugada e nos dias seguintes acordávamos cedo e voltávamos tarde para o hotel, de forma que não vimos quase nada da cidade. Então esse era o dia de conhecer a simpática Reykjavík.

Saindo do hotel fomos em direção a Igreja Matriz. Na volta também passamos por ela e, assim, a vimos sob o templo nublado e depois ensolarada. A Igreja em si, malgrado seja a mais antiga e símbolo da ascensão do Cristianismo, não é tão especial assim a não ser por sua fachada diferentona. O diferente mesmo é que em sua entrada há uma estátua em homenagem à Leif Ericson ou Leif Eriksson.

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Aprendemos na escola que Cristóvão Colombo foi o descobridor das Américas. Todavia, isso não é exatamente verdade. O verdadeiro descobridor foi o islandês Leif, filho do Eric. Seu pai foi expulso da Islândia e se fixou na Groenlândia. O Leif depois de crescido passou a acreditar que mais ao sul e ao extremo haveriam terras mais quentes. Com boas noções de navegação desembarcou na América por volta do ano 1000 e fundou a Vinland, terra das vinhas, com o objetivo de atrair mais vikings. Contudo seu pai morreu e ele teve que voltar para governar seu clã na Groenlândia. Por determinado tempo o assentamento na Vinland teve êxito e tinha uma relação harmônica com os nativos indígenas, mas em algum momento o assentamento foi queimado pelos indígenas e não se sabe exatamente o que houve com os residentes do vilarejo.

Seja como for, as escavações demonstraram a existência de Vinland e o povo islandês tem muito orgulho de ter sido o verdadeiro descobridor da América. E qualquer islandês que você encontre, seja na Islândia ou fora dela, vai te perguntar: e, vc sabe quem é o verdadeiro descobridor da América!?

Outra coisa que é orgulho dos islandeses é sua crença em seres mágicos, como trolls, elfos, gnomos. E você vai ver troll em tudo que é canto da cidade: em jardins, em calçadas, em lojas, em pinturas, em tudo mesmo!

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Não liga para isso!? Bem, você também pode aproveitar seu tempo para comer o melhor cachorro quente do mundo. Pelo menos ele é conhecido assim. E logo que você chegar nesse trailer vai ver uma foto do Bill Clinton e outras personalidades comendo o tal cachorro quente. Nós comemos e, particularmente, achei a fama maior que o sabor. Ruim não é, mas já comi outros melhores. E nem é porque não vem com purê como em SP =P hahah

Outra coisa que se encontra muito para comer é carne de carneiro/ovelha. Afinal, a história da Islândia está entrelaçada com a criação de ovelhas. Acho que já contei em um post, mas as ovelhas são criadas livres boa parte do ano por todo país, tendo uma identificação. Em uma data do ano acontece o evento mais importante da Islândia: a separação das ovelhas. Por isso mesmo que as ovelhas andam pelas estradas, se sentindo as donas do pedaço, e sendo assassinas suicidas do inferno (de acordo com os locais) e se jogando na frente dos carros.  Como se vê, essa tradição é milenar.

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Outro prato típico é a carne de baleia. E um islandês nos garantiu que deveríamos provar o prato, já que não se trata de pesca de baleia em extinção. Nós nāo comemos, mas há quem diga que vale a pena provar uma vez na vida.

Claro que a culinária não é o forte nem de Reykjavík, nem da Islândia. Seu diferencial está na cultura viking, no seu povo alegre e, principalmente, na infinita beleza natural. Mesmo uma voltinha em Reykjavík te proporciona vistas magníficas como as das fotos abaixo.

Em conclusão, mesmo o interior sendo o atrativo do país, passe um dia ou algumas horas em Reykjavík e surpreenda-se com a capital mais ao norte do planeta!

Golden Circle

Esse é o passeio que todo turista que desembarca na Islândia faz. É o Cristo Redentor/Torre Eiffel da Islândia. Como já deu para perceber pelos posts anteriores, a Islândia oferece paisagens deslumbrantes e, como eu também já disse, parece que estamos em outro mundo dentro do nosso mundo! Por isso que o Círculo Dourado faz tanto “sucesso” entre os turistas. Em apenas um dia dá pra fazer um bate-e-volta e se ter uma amostra do que a Islândia é. Cachoeiras, placas tectônicas e gêiseres é o que te aguarda nesse dia!

O guia nos pegou no hotel e começamos o dia relativamente cedo. Bastou andar um pouco para fora da cidade, rumo ao centro do país, para começarmos a ver uma paisagem bem diferente do dia anterior em que fizemos o South Shore. Ao invés de terrenos e terrenos de lava, víamos terras verdes a perder de vista.

Nossa primeira parada foi a cachoeira Faxi. No percurso avistamos a Estação de Energia Geotermal de Nesjavellier, que é a segunda maior do país.

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Algum tempo depois chegamos na nossa primeira parada. A cachoeira Faxi estava incluída no roteiro da empresa de turismo que escolhemos como uma parada extra. A maioria das outras não passa por lá. Apesar de menor é bem bonita de se ver.

De lá seguimos para a cachoeira Gullfoss, a principal do dia. Embora seja muuuito grande, não é a maior da Islândia, mas é a mais visitada, em virtude de sua curta distância da capital e dos gêiseres. A força da água impressiona e das cachoeiras que vimos realmente era a mais impressionante.

O problema é que estava chovendo muito e a força da água nos jogava ainda mais água. Além disso, também ventava muito e fazia muito frio (algo próximo de 1º C, o que tornava a experiência um pouco sofrida. Ademais, exigia uma caminhadinha entre a van e a cachoeira. Ou seja, mesmo ficando pouco, ficamos ensopados, apesar de estarmos com roupas apropriadas.

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De lá percorremos mais 10 km e chegamos no Vale Geotérmico Haukadalur, onde ficam os famosos gêiseres. Você desce da van/carro/ônibus e já avista a terra explodindo água! Impressionante!

É ali também que fica o Geysir, o famoso gêiser que deu seu nome a todos os outros gêiseres. Em islandês geyser significa esguicho/ jorro. E é bem isso mesmo! Um gêiser é uma nascente de água/poça que entra em erupção de tempos em tempos, lançando uma coluna de água quente para o ar.Cada gêiser tem uma profundidade inimaginável e o choque do lençol freático com lavas vulcânicas faz com que a água entre em ebulição e exploda na terra! É demais!

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O Geysir apenas explode quando há forte atividade vulcânica, como erupções e terremotos. E é por isso que geólogos de todo o mundo o observam cuidadosamente, a fim de melhor entender nosso planeta. Todavia, bem perto dele está o Strokkur, que explode a cada 5/10 minutos.

Ficamos perto do Strokkur e o vimos explodir algumas vezes. Tentamos gravar, como está no vídeo abaixo, mas assim que gravamos isso e achamos que havia acabado ele explodiu mais forte, atingindo uns 30 m de altura, mas nisso já havíamos desligado a câmera. =/

Tentamos outras vezes, mas como estava chovendo e tínhamos tempo marcado para almoçar e voltar para a van, não deu pra ficarmos lá. Essa é minha reclamação desse tour que fizemos. Achei meio corrida essa parada especificamente, e que é a mais interessante talvez. Se tivéssemos tido mais 15 ou 20 minutos não teríamos tido nenhuma inconveniência.

De lá seguimos para o Þingvellir National Park, local em que é possível ver as placas tectônicas da América e da Europa. Há um desfiladeiro no parque em que fica justamente a falha geológica que separa as duas placas. Também é por isso que a Islândia tem uma alta atividade vulcânica.

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É muito louco tocar em um paredão e saber que esse é o continente americano e dar mais cinco passos e tocar no outro paredão que é o continente europeu. Nós, nerds assumidos, adoramos! Curiosamente, o local também tem importância histórica, já que ali se reunia o antigo parlamento.

Essa foi a última parada do dia e depois voltamos rumo à capital.

Círculo Dourado na prática

Já disse em outro post  que havia pensado em alugar um carro em um primeiro momento, mas que desisti em razão das condições climáticas. Nesse dia, o tempo estava bem ruim e choveu quase que o dia todo. Em algumas fotos dá pra ver que estou completamente molhada, especialmente nas cachoeiras. Afinal, como disse, mesmo meu casaco sendo impermeável e a prova de vento, há limite para tudo nessa vida né! Se você for no inverno como nós fizemos, o clima estará terrível possivelmente e fazer um day trip com um grupo pode não ser ruim.

Procurei uma empresa que tivesse passeios em grupos pequenos, preferencialmente em van ou micro-ônibus, e acabei optando pela Your Day Tours, que atendia esse requisito. Todavia, esse dia não foi tão bom quanto o South Shore (que falei nesse post aqui).

O guia não era tão simpático no início e não dava tantas informações (Kevin, mas que era um nome falso q ele deu pelo nome dele em islandês ser impronunciável). Vai ver ele estava com sono porque depois ficou mais simpático e foi muito interessante ouvir a história da mãe dele que resolver se candidatar a presidência da Islândia. Também teve o lance de que achei o almoço corrido, já que o restaurante estava lotado, muita chuva e não conseguimos ver os gêiseres como queríamos. Chegamos cedo em Reykjavik e mais 20 minutos ali no almoço teriam feito toda a diferença.

Essa impressão pode ter ficado também porque o guia do dia anterior (Ævar) era fantástico e a simpatia em pessoa! Enfim, a empresa cumpriu a função e ruim o tour não foi, mas nesse dia não teve nenhum diferencial e qualquer outra teria dado certo. Se o tempo estiver bom, até acho que compense mais alugar um carro.

De toda forma, seja com van, ônibus, carro alugado, ou como for, se um dia você for à Islândia, o Golden Circle é um dos passeios imperdíveis!