Castelo de Windsor, Stonehenge e Bath em um dia

Em um dos nossos dias vagos em Londres, e já tendo conhecido o principal da cidade, resolvemos passar um dia fora da Inglaterra. E ficamos super interessados em ir em Stonehenge, mas eu achei tão longe e tão complicado de chegar lá de forma independente, que achei melhor pegar um tour. Acontece que o tour fica lá 1h, sendo que são pelo menos 2hs pra ir e mais 2hs pra voltar (dando 5-6hs no total e “perdendo-se” quase o dia todo nisso).

Por um pouco a mais, dava pra fazer excursões combinando com outros lugares e deixar o dia mais interessante: foi aí que decidi fazer o tour Castelo de Windsor, Stonehenge e Bath. E eu adorei conhecer cada lugar. Então aqui nesse post eu conto não só como foi minha experiência em cada lugar, como também ir de forma independente caso você prefira.

Castelo de Windsor

A primeira parada da excursão foi no Castelo de Windsor, que é a mais antiga e maior fortaleza da Europa ainda em uso. Além de ser usado ainda para finalidades governamentais, é uma das residências favoritas da Rainha Elizabeth II, que frequentemente passa seus finais de semana lá.

O castelo foi construído no final do século XI, e desde então foi continuamente habitado por dezenas de monarcas. Ou seja, são quase mil anos de história da monarquia inglesa (e da própria Inglaterra!). Ali já residiram a Rainha Elizabeth I, a Rainha Victoria e muitos outros.

Ao contrário do Palácio de Buckingham, o castelo fica aberto o ano todo para visitações, exceto em alguns feriados e em datas de eventos oficiais. Obviamente, nem todas as áreas são acessíveis, até porque a Rainha pode estar lá. De toda forma, há muito o que ver pelo castelo: a casa de bonecas da Rainha Mary, alguns dos apartamentos reais, a Capela de São Jorge, os pátios e o jardim.

Quando fomos estava acontecendo a troca da guarda, que me pareceu bem menos caótica do que a de Londres! A troca da guarda acontece às 11h de segunda a sábado, de abril a julho, e em dias alternados, de agosto a março.

Como ir de forma independente

A entrada custa £23.50 e vale a pena comprar com antecedência para evitar filas.

As estações mais próximas são ‘Windsor & Eton Central’ ou ‘Windsor & Eton Riverside’. Ambas ficam a 5 minutos à pé do castelo.

A partir da estação de Waterloo em Londres (perto do Big Ben), há trens a cada meia hora) e a passagem ida e volta custa a partir de £12,70 (em trens fora dos horários de pico). Outra estação de partida é Paddington (perto do Hyde Park), tendo 3 partidas por hora em média, com valores semelhantes. A diferença é que o trem partindo de Paddington é um pouco mais rápido, mas há uma pequena baldeação no caminho em Slough, com 5 minutos para trocar de trem. Dá pra conferir os horários e comprar com antecedência aqui.

Há ônibus também saindo de Victoria Station, mas a viagem demora no mínimo 1h30min e pode demorar bem mais dependendo do horário.

Stonehenge

Nossa segunda parada foi em Stonehenge, que é um dos monumentos pré-históricos mais famosos do mundo e talvez o mais importante da Europa. O lugar até hoje continua sendo um mistério. Desde lugar de adoração à construção feitas por extra-terrestres, as teorias são muitas e ninguém sabe muito bem porque Stonehenge foi construída há cerca de 4 ou 5mil anos.

Há arqueólogos que pensam que era um elaborado relógio solar, já que no solstício de inverno (o dia mais curto do ano), o sol se põe exatamente entre as pedras mais altas. E no solstício de verão (o dia mais longo do ano) o sol nasce à nordeste também entre as pedras.

Outro mistério que ronda Stonehenge é a sua própria construção, já que cada pedra pesa toneladas e toneladas e seriam necessários centenas de homens para carregá-las. Mais surpreendente ainda é que ao que tudo indica, as pedras de Stonehenge foram trazidas do País de Gales, a muitos kilômetros de distância.

Para quem se amarra nesses mistérios da humanidade que permeiam o período pré-histórico, esse é um lugar a ser visitado!

Stonehenge na prática

Infelizmente, hoje em dia já não é mais possível chegar bem pertinho das pedras, justamente para evitar o desgaste do local. Mas para quem fizer muita questão, há ingressos vips que permitem entrar no círculo. Mas são sempre bem cedo (às 5 ou 6 da manhã) ou no último horário no final da tarde, o que torna toda a logística difícil já que o lugar fica no meio do nada, não servido por transporte público.

Chegando em Stonehenge, você anda em volta do círculo e já não há muito o que fazer ali. Então já é hora de encarar todo o transporte de volta à Londres. A maioria dos tours fazem uma parada de cerca de 1h ali, que é mesmo o suficiente, e voltam para Londres em mais 2 ou 2hs e meia de ônibus. E eu achei que não valia muito a pena ir tão longe pra ver só o círculo por menos de 1h e voltar. Por isso mesmo resolvi fazer um tour maior e aproveitar pra conhecer outros lugares!

Pra quem prefere ir por conta própria, é necessário comprar os ingressos com antecedência. E a forma é ir de trem ou ônibus até Salisbury, que é a cidade mais próxima e dali pegar o ônibus turístico Stonehenge Tour. Mas na época eu pesquisei e só as passagens já ficavam mais caras que o tour já com ingresso incluso (a entrada custa £20), e ainda gastaríamos ainda mais tempo do que indo de excursão.

Bath

A última parada do dia foi em Bath. Diz a lenda que um antigo rei celta descobriu as propriedades curativas das águas de Bath muito antes dos romanos chegarem. Seja como for, por volta dos anos 60 a.C., os romanos chegaram e construíram banhos romanos, saunas e templos no local. O coração da cidade era justamente a casa de banhos, que até hoje está de pé!

Com o fim do Império Romano, a cidade passou séculos esquecida, até que no século XVIII a Rainha visitou a cidade em busca das águas termais e Bath foi “redescoberta”, tornando-se novamente o spa da Inglaterra. Vários prédios foram construídos no estilo georgiano para agradar a elite que vinha passar férias em Bath.

Ainda hoje a principal atração turística continua sendo Roman Baths (Termas Romanas). As termas estão super bem preservadas, estando entre as termas romanas mais bem preservadas da Europa. No local há ainda um museu com artefatos encontrados nas ruínas, bem como o que sobrou do Templo Romano.

Além disso, se estiver com mais tempo, há o Pump Room, que era onde antigamente os romanos se encontravam para conversar e beber água termal. Hoje é uma casa de chá, que serve o chá inglês completo.

Bem ao lado das Termas Romanas fica a Abadia de Bath (Bath Abbey). Essa igreja medieval já conta com mais de um milênio de história, tendo sido totalmente reformada no século XV.

E passada a Abadia basta andar 3 minutos praticamente pela mesma rua que você já chega no Rio Avon e já vai avistar a Pulteney Bridge. A ponte é de 1774 e logo abaixo dela foi feito um açude no rio, que já serviu de cenário para o filme Os Miseráveis.

Nós tivemos pouco tempo por lá, mas pra quem tiver mais tempo, perto do centro histórico fica o Centro Jane Austen, que viveu 5 anos na cidade. Também ali perto fica o Royal Crescent, 30 casas idênticas germinadas em estilo georgianos que formam juntas um grande edifício com vista para o Royal Victoria Park.

Como ir para Bath de forma independente

A entrada das Termas Romanas custa em média £25, podendo ser um pouco mais ou menos dependendo do dia da semana e época do ano.

A estação de trem de Bath (Bath Spa) fica bem perto do centro histórico, a cerca de 7 minutos a pé das Termas Romanas. As passagens custam a partir de £50 ida e volta se compradas com antecedência (link aqui). O trem sai da estação de Paddington.

Conclusão: como foi a experiência em uma excursão

Eu fiz a excursão com a Evan Evan Tours. Na época reservei pelo site veltra (que nem existe mais) porque estava com um bom desconto e o tour todo saiu basicamente o valor só das entradas.

Pra gente acabou sendo mais econômico e prático, já que o tour saiu de Victoria Station e estávamos hospedados a um ou dois quarteirões da estação.

Chegando lá, quando fomos fazer o check-in, a atendente viu que falávamos português e perguntou se não queríamos o tour em inglês/português já que o ônibus estava mais vazio. Acabou que no ônibus todo mundo falava inglês e o tour acabou sendo em inglês mesmo, mas a diferença foi que o ônibus estava praticamente vazio, enquanto o outro saiu lotado. No fim, fizemos o passeio com um grupo pequeno o que foi ótimo. E justamente por isso o guia (José, eu acho) foi super atencioso com todos!

Tivemos cerca de 1h em cada lugar, o que foi o suficiente em Stonehenge e Bath, mas muito corrido em Windsor. Poderia ser 1h30min, ou mesmo 2hs, e aí realmente não haveria o que criticar no tour. Mesmo entrando por uma entrada separada pra tours e sem fila, 1h em Windsor foi muito pouco.

Não há tempo para almoço. Em Windsor o guia nos falou pra comprar um sanduíche em uma das lojas ali e comemos no ônibus a caminho de Stonehenge. O que gostamos porque realmente otimizou o tempo.

Em geral, achei o tour bom e a única crítica realmente foi a correria em Windsor. No mais, foi uma ótima forma de conhecer um pouco do interior da Inglaterra em um dia.