Como disse no post anterior, o que mais me impressionou na Polônia foi sua história de reerguimento e seu próprio povo. Pode-se dizer que a principal característica dos poloneses é a força com que enfrentam as adversidades.
Como também disse, em boa parte da viagem me vinham à tona lembranças de filmes e livros que retrataram a 2ª Guerra Mundial lá. Talvez o mais me despertou toda sorte de reflexões foi “O Pianista”. Foi difïcil nāo andar por aquele centro histórico lindo, que hoje está como na primeira foto abaixo, mas que já esteve como na segunda foto.
A todo momento, viamos monumentos que lembravam o Grande Levante, ou algo da invasāo nazista. Afinal, o marco do início da 2ª Guerra foi justamente a invasāo da Polônia. Em 1939, Varsóvia contava com mais de 1 milhāo de habitantes, dos quais 35% eram judeus.
Para manter a ordem e evitar insurreições, fazia parte da tática nazista manter a calma. Foi assim que disseram aos judeus que estavam construindo um bairro novo para o qual deveriam todos se mudarem. Claro que tratava-se do famoso Gueto de Varsóvia, local em que foram confinados inicialmente antes de serem enviados para o campo de concentraçāo de Auschwitz. Ainda hoje é possível encontrar restos do muro que separava o gueto da cidade.
O que mais se destaca é que, 1943, os poloneses se insurgiram contra a Alemanha Nazi, no que ficou conhecido como o Levante de Varsóvia. No fim, eles se renderam. Mas quem poderia imaginar uma resistência tāo forte!? Homens, mulheres e crianças se uniram para tentar libertar a cidade.
Um dos famosos monumentos é o da criança soldado, inspirado na história real de um garoto de 13 anos que serviu de mensageiro e atuou na linha de frente das tropas, sendo morto. Assim como tantos outros.
Infelizmente, após a rendiçāo dos poloneses, foi determinada a destruiçāo total da cidade. As tropas alemās foram destruindo quarteirāo por quarteirāo sistematicamente, até que nāo sobrasse praticamente nada. A ordem era que nāo sobrasse uma pedra em pé. nada foi poupado, nem mesmo as árvores, levando a cidade a um estado de completa ruína.
Tanto é assim que, após a guerra, um general russo relatando à Stalin o estado da cidade afirmou que havia visto muitas cidades destruídas, mas que nunca havia visto tanta destruiçāo.
Foi somente depois da “Libertaçāo” pelo Exército Vermelho que a cidade passou a ser reconstruída. Na verdade, o que aconteceu é que os russos também usaram uma técnica bem suja. O Exército Vermelho já se encontrava nas bordas da cidade, mas foi só quando esta foi massacrada e os nazistas começaram a voltar para Berlim, que eles adentraram a cidade. Quando poderiam tê-lo feito antes e evitado muitas mortes.
Logo começaria o período comunista lá, pessoalmente instalado o sistema por Stalin, muito embora a Polônia nunca tenha se juntado à Uniāo Soviética. Muitas atrocidades também foram cometidas durante todo o período, mas o regime comunista utilizava-se da propaganda como forma de espalhar a ideologia. Sendo assim, um esforço para reconstruir a cidade foi feito e muitos dos prédios tinham a característica da grandiosidade socialista. Exemplo disso, é o Palácio da Cultura, um arranha-céu de 231 metros de altura.
A Polônia muito sofreu com o regime comunista. Por isso, o Palácio da Cultura até hoje é alvo de muita polêmica. Muitos monumentos e prédios construídos pelos soviéticos estāo sendo demolidos e, nāo raro, surgem vozes a favor da derrubada desse prédio também. Todavia, aparentemente, está certo que esse será um dos prédios que serāo mantidos. Convenhamos, é um landmark lindíssimo e que merece ficar como está!