Dica de restaurante em Paris

Sempre que pensamos em comida francesa, vem logo à cabeça a comida chique, fresca, mal servida e cara. Mas não precisa ser assim. E também não precisa ser crepe!

Um dos meus restaurantes favoritos em Paris é o Brasserie Bouillon Chartier. E toda vez que vou à Paris sempre dou um jeito de passar lá!

Hoje o restaurante conta com 2 unidades, uma chamada Grand Boulevards, que fica na esquina com a Av. Boulevard Montmartre e metrô Grand Boulevards. O restaurante está ali desde 1896, ou seja, há mais de 120 anos. Já a unidade 2 fica em Montparnasse, e também está ali desde 1903. Das duas unidades a tradicional e bem localizada é a Grand Boulevards e a que vou todas as vezes, então não posso dizer se o de Montparnasse é a mesma coisa.

De toda forma, o Restaurante Bouillon Chartier conta com mais de 120 anos de experiência. Lá vc vai encontrar comida francesa de verdade, sem frescura e com preço muito amigo. Cada prato custa em média 10 euros, a bebida 3 euros (vinho/cerveja/refrigerante) e a sobremesa 3 euros. Uma pechincha para a França.

O serviço é bem rápido, então é ótimo para o almoço entre uma atração turística e outra! Não é um restaurante pra uma ocasião mais especial.

A comida é realmente muito boa! Particularmente, eu gosto muito do pato com batatas amassadas (Confit de canard pommes grenailles)! Mas o menu completo vc encontra aqui.

O restaurante é bem popular, então está sempre cheio, muito embora tenha 2 andares. Eles não aceitam reservas de mesa. Então, se quiser evitar fila, chegue antes de meio-dia!

Hotel econômico em Paris

Paris é uma dessas cidades que a gente sente que está pagando muito por uma hospedagem ruim. Ainda mais se for alta temporada e em categoria econômica. Aí não vou mentir pra vc: melhor abstrair e realmente passar o dia todo fora e só voltar acabado pra dormir!

Da primeira vez que fui fiquei no Nadaud Hotel.

O que tinha de positivo era o atendimento, os quartos eram de tamanhos razoáveis (para os padrões de Paris) e era bem limpinho. Na época a diária foi 70 euros, mesmo sendo julho (altíssima temporada).

De negativo: perto do cemitério Pére-Lachaise, ou seja, longe de tudo. Tínhamos que pegar metrô todos os dias para ver as atrações turísticas e não tinha muita coisa por perto. Além disso, fomos no verão (numa onda de calor de quase 40 graus!) e não tinha ar condicionado. Pra piorar, o wi fi não pegava no nosso quarto (internet de celular não era comum na época) e me falaram que eu não deveria telefonar do corredor pra não fazer barulho. Pra piorar, um dia o elevador quebrou e tivemos que subir até o nosso quarto que ficava no último andar nas pernas!

Da segunda vez, fiquei no Hotel Monte-Carlo, no início de Montmartre, mas a só 10 minutos à pé da Ópera e Galerias Lafayette. Com certeza foi o mais bem localizado dos 3 que fiquei. Fomos no inverno e a diária estava 50/70 euros, pra um quarto com banheiro privado e café da manhã incluso.

Eles tinham uma opção de quartos adjuntos duplos, mas que na verdade eram 2 quartos completamente separados e com 2 banheiros separados e que não tinham nada de adjuntos. Minha mãe e minha prima pegaram essa opção pagando 50 euros por cada quarto e eu um de normal de 70, que era a mesma coisa do de 50 hahaha.

Pagando 50 euros pra ficar no centro de Paris, não espere luxo! Tudo era muito simples, mas tinha elevador e o quarto era limpinho, apesar de bem antigo e simples. O chato é que toda vez antes de sair do hotel tínhamos que entregar a chave (que era de cartão). No meu quarto o chuveiro mal saía água, embora o da minha mãe estivesse normal. Eu lembro também que o lugar do café da manhã só tinha 3 mesinhas bem pequenininhas e, às vezes, chegávamos e já estavam ocupadas. Então tínhamos que esperar pra tomar café hahah. Além disso, o pessoal da recepção não era lá muito simpático.

Da terceira vez fiquei no Hotel Mercure Magenta, que fica bem de frente à Gare de l’Est e foi por isso mesmo que reservei. Chegamos e partimos da Gare de l’Est de trem, indo só pra passar o fim de semana e já chegando à noite. Então fez super sentido já ficar por ali.

http://www.accorhotels.com/6223

O quarto estava bem novinho, banheiro todo reformado e super limpinho. Tinha ar condicionado no verão (aleluia!) e o café da manhã era farto. E o melhor: pegamos uma promoção da Accor com o café incluso por 70 euros a diária.

Não era tão perto das atrações turísticas, mas pra gente não fez diferença já que fomos pro show do Guns N’ Roses, pra ir na EuroDisney e pra ir no Vaux-le-Vicomte.

Desde então temos ficado no meu sogro, que agora tem um apto em Saint-Germain-en-Laye a 30minutos do centro de Paris.

Em resumo, esses são os hotéis que já fiquei de categoria econômica e que posso dar um review mais verdadeiro. A verdade é que hospedagem não é o forte em cidades como Paris, e você sempre vai sentir que está pagando mais do que deveria. Ou que o hotel está ok, mas afastado de tudo. Ainda mais se o orçamento estiver mais apertado. Felizmente, Paris é uma dessas cidades em que se volta ao hotel realmente só pra dormir, então mesmo que o hotel não seja aquelas Brastemp não vai importar tanto no fim do dia.

Dito isso, talvez redes de hotéis como a Accor (que inclusive é francesa) ofereça mais opções de hospedagem e vc saiba mais ou menos o que vai te esperar. Vale a pena ler os reviews no TripAdvisor com calma e ver se encontra alguma promoção pelo Booking ou algum outro site de hospedagem.

Roteiro de Paris em 3 dias (com mapas)

Paris dispensa maiores apresentações. Afinal, o que dizer de Paris que ainda não foi dito!? Quem nunca ouviu falar na Torre Eiffel, Arco do Triunfo e Avenida Champs-Élysées!? Enquanto alguns caem de deslumbre pela capital da França, outros dizem que a cidade está meio caída, que não reflete a verdadeira França ou que há outras cidades mais bonitas pela Europa. Seja como for, o inegável é que Paris continua sendo Paris; ou seja, uma das maiores e mais importantes cidades do mundo, capital cultural por séculos e que segue atraindo milhões de viajantes todos os anos. Sendo assim, a “Cidade Luz” é parada quase que obrigatória em uma viagem pela Europa!

Eu já fui algumas vezes para Paris e já fiz viagens de 3 ou 4 dias, assim como mais de uma semana. Então, muito embora eu não seja uma parisiense expert no assunto, já passei pelos principais pontos turísticos algumas vezes.

Inclusive, esse roteiro aqui de 3 dias já foi testado na prática em uma viagem com a minha mãe e minha prima e cobre bem o basicão turístico! Mas é claro que como em toda grande metrópole, ainda mais com centenas de anos de história, sempre tem algo a mais pra fazer ou pra se descobrir.

Esclarecido isso, vamos logo a esse roteirão de 3 dias, com aquilo que você não pode perder numa primeira visita à Paris!

Dia 1: Opéra Garnier, Place de La Concorde, Jardin de Tuileries e Louvre

O lugar que você vai começar vai depender um pouco de onde vc está se hospedando. Como nós estávamos hospedados perto da Opéra Garnier foi por ali mesmo que começamos. Construída em 1875, é ainda onde a Ópera Nacional, o Ballet de Paris e outros eventos importantes musicais acontecem.

A partir da Ópera, seguindo pela Rua de la Paix (Rua da Paz), você passa pela Place Colonne Vendôme, que é apenas uma praça bonita com um monumento ao meio em honra aos soldados de 1810.

Continue em frente e chegará à Place de la Concorde. Essa sim é uma das maiores praças de Paris e foi palco de muitas execuções públicas por guilhotina durante a Revolução Francesa, incluindo as execuções de Louis XVI e Maria Antonieta, bem como o revolucionário Robespierre. Hoje a praça conta com dois monumentos/ fontes de água e um Obelisco de Luxor.

O Obelisco tem 3300 anos e foi trazido do Templo de Luxor em 1833. Na época, foi dado pelo monarca do Egito como um presente diplomático e erguido na praça em 1836. Em volta da praça, estão os mais clássicos e caros hotéis de Paris.

Então você tem duas opções: ir para o lado leste, entrando no Jardin des Tuileries; ou ir no sentido contrário, já que à oeste está a Avenida Champs-Elysées que dá no Arco do Triunfo (mas nesse caso é uma subida). Mais ao fundo também está a Torre Eiffel. E ali perto também está a Ponte Alexandre III (que tb deixamos pro dia 2).

Optamos por entrar no Jardin des Tuileris, passando em frente ao Musée de l’Orangerie, um museu impressionista com obras de Monet, Renoir, Cézanne, etc. O Jardin des Tuileries foi criado pelo mesmo paisagista/jardineiro que desenhou Versailles e, por isso mesmo, é todo planejado, incluindo estátuas e fontes.

Atravessamos o Jardin des Tuileries até chegar no Museu do Louvre. Eu já havia reservado os ingressos online (tendo em vista os traumas das filas de verão). Mas nem tinha necessidade: no auge do inverno o local estava vazio e completamente sem filas. Caso vá em alta/média temporada você pode comprar os ingressos e marcar o horário no site oficial do museu.

O Louvre que já foi o maior palácio do mundo, hoje é um dos mais importantes museus do mundo. É casa da Mona Lisa, de Venus de Milo e mais 35mil obras que ficam permanentemente expostas e 400mil obras no total. Inclui obras desde os períodos mesopotâmico, egípcio e grego até arte contemporânea. Dizem que uma pessoa precisaria de 9 meses caso quisesse ver cada obra de arte. Então já na entrada do museu pegue o mapa (tem a opção em português), escolha o que mais te interessa e vá direto para as áreas escolhidas. O mapa é essencial!

O local já foi uma fortaleza medieval e indo até o subsolo, você poderá ver as bases da fortaleza. Isso porque o palácio real foi posteriormente construído em cima das fundações medievais. Logo depois da Revolução Francesa o palácio real já foi transformado em museu. Com as conquistas napoleônicas, a coleção só aumentou (e não cessou de aumentar desde então).

Saindo do museu o dia já havia escurecido e então demos por encerrado, ainda mais sendo um dia curto de inverno. Na verdade, essa foi apenas uma tarde de passeio, já que chegamos em Paris por volta da hora do almoço. Então se você começar pela manhã terá tempo de fazer mais coisas nesse dia.

Dia 2: Hôtel Nationale des Invalides, Torre Eiffel, Basílica Sacré-Couer, Arco do Triunfo e Avenida Champs-Élysées

Roteiro Paris: Dia 2/Parte 1

Começamos o dia indo direto pro Hôtel Nationale des Invalides. No século XVII o local servia como uma casa de convalescência para os soldados franceses. Hoje ainda é um prédio militar e, por isso mesmo, quando fui era proibido fotografar a parte interna. No meio fica uma igreja e é onde Napoleão está enterrado. Apesar de ter morrido em exílio em St Helena, os restos mortais foram posteriormente enterrados ali. Também o Musée de l’Armée fica no mesmo complexo, exibindo armas, uniformes e equipamentos militares diversos.

Próximo ao Museu dos Inválidos fica também o Museu Rodin. Mas só passamos em frente e seguimos para o grande símbolo de Paris: a Torre Eiffel!

Construída em 1889 para uma exibição temporária durante a Exposição Universal, a torre de Gustave Eiffel fez tanto sucesso que acabou ficando de vez no local. Embora muita gente na época acreditasse que a Torre Eiffel não combinasse com o resto da arquitetura da cidade, hoje a obra de 320metros atrai visitantes de todo planeta!

Em uma das vezes que fui à Paris eu subi de elevador. Como era verão, a fila foi de 2hs. De cima, é possível ver como Paris foi super bem planejada.

Para tirar fotos realmente boas, atravesse o Rio Sena e vá até Trocadéro. Lá tem uma esplanada com vista para a Torre e para o parque. É o melhor ponto para fotos.

De lá pegamos o metrô e fomos direto para a Basilique du Sacré-Coeur (Basílica do Coração Sagrado), que também é outro cartão postal de Paris. Fica no ponto mais alto da cidade e, por isso mesmo, prepare-se para subir muitos degraus. É possível subir de teleférico usando o mesmo passe do metrô e descer a pé (ou de teleférico também).

Se você é fã do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, além da basílica é possível visitar o Café Deux Moulin, local onde o filme foi gravado. E já adianto que apesar de super mega turístico, a comida é boa, com destaque para o famoso crème brûlée!

Saindo dali passe em frente ao Moulin Rouge, possivelmente o cabaré mais famoso do mundo. Há espetáculos quase todas as noites, caso tenha interesse.

Roteiro Paris: Dia 2 / Parte 2

Novamente pegamos o metrô e fomos pra outro ponto turístico importante: o Arco do Triunfo. Foi erguido por Napoleão em 1806 em comemoração à expansão imperial. Durante a Segunda Guerra Mundial tanto os alemães, quanto os Aliados, passaram por baixo do arco como simbologia de tomada/liberação da cidade.

É possível subir até o topo do Arco do Triunfo, e eu até fiz isso uma vez, mas não recomendo não. São muuuuitos degraus em uma escadinha apertada com pessoas subindo de um lado e outros descendo, de forma que não é possível parar. Além disso, é muito abafado, dando uma sensação horrível de claustrofobia (perreeeengue!). De cima pode-se ver toda a Champs-Élysées e como a cidade foi construída formando uma estrela.

Dali desça pela Avenida Champs-Élysées. A avenida mais famosa do mundo liga o Arco do Triunfo à Place de la Concorde. São 2,5km de lojas de grife, marcas internacionais e cafés. Aproveitamos pra tomar um café e nos esquentarmos do frio e demos uma olhada em algumas lojas .

Andamos até pouco mais da metade da Avenida. Ao invés de ir novamente na Place de la Concorde, viramos na Av. Franklin Roosevelt e dali andamos até a Pont Alexandre III. No caminho passamos em frente ao Grand Palais, um palácio histórico que hoje se tornou um museu.

Pra mim, a Pont Alexandre III é a mais bonita ponte de todas. Tem inúmeras esculturas e candelabros de bronze. É realmente uma das pontes mais bonitas que já vi e vale muito a pena passar por ali!

Pont Alexandre III (imagem retirada da Wikipedia)

Depois de cruzar a ponte e ficar um tempo pelas margens do Sena, enfim, demos o dia por encerrado!

Dia 3: Cemitério Père-Lachaise, Catedral de Notre Dame, Pont Neuf, Pont des Arts, Jardin de Luxembourg

Como minha mãe e eu somos espíritas começamos o dia indo ao Cemitério Père-Lachaise pra visitar o túmulo do Allan Kardec. O que deveria ser uma visita rápida durou quase que a manhã toda devido ao tamanho gigantesco do cemitério! Também estão enterrados ali Chopin, Édith piaf, Oscar Wilde, Jim Morrison e muitos outros nomes conhecidos!

De lá fomos para a Catedral de Notre Dame. A igreja data de 1163 e é o único monumento medieval da cidade. É uma obra prima da arte gótica. Coincidentemente, em uma outra ida à Paris eu estava bem perto da Catedral quando pegou fogo. Felizmente está sendo restaurada e, em breve, poderá novamente ser visitada.

Saindo da Catedral, era hora de andar à beira do Rio Sena (La Seine, em francês). Ao longo do Sena há 37 pontes, sendo as mais famosas: Pont Neuf, Pont des Arts e Pont Alexandre III.

A mais próxima da Catedral é a Pont Neuf (Ponte Nova). Ironicamente, essa é a ponte mais antiga da cidade, tendo sido inaugurada em 1607.

Pont Neuf (foto tirada da Pont des Arts)

Mais à frente, encontra-se a Pont des Arts. Essa ponte se tornou famosa pelos casais que colocavam cadeados nela e atiravam a chave no Sena. Da primeira vez que fui à Paris, a ponte ainda estava no original e tinha milhares de cadeados. No entanto, já na segunda vez que fui a ponte já não exisitia como era antigamente. Isso porque o peso dos cadeados estava se tornando um perigo pra estrutura da ponte. Então, a prefeitura trocou o gradeamento por vidro.

Mas pelo menos pra mim, o mais legal da Pont des Arts é a vista que se tem da Pont Neuf. Dá pra ver claramente como realmente a Paris antiga ficava dentro de uma criada pelo Rio Sena. Além de se ver a Ponte Nova inteira, claro.

A Pont Alexandre III é a mais bonita de todas. Mas como ela fica próxima da Place de la Concorde, vale mais a pena ver no dia que estiver por ali, ou como quando estiver descendo pela Champs-Élysees.

Depois de passear pelas margens do Rio Sena, era hora de seguir em frente com nosso roteiro. Então fomos caminhando até o Jardin du Luxembourg.

O Jardin du Luxembourg (Jardim de Luxemburgo) é um verdadeiro oásis bem no centro de Paris! O Jardim data de 1612, mas foi aumentado e repaginado por Napoleão durante seu império.

Notem na foto que quando fui estava tão frio que o lago congelou! No verão, dezenas de cadeiras são colocadas em volta do lago e as pessoas ficam tomando sol, conversando e o local vira um ponto de encontro.

No meio do jardim, logo em frente ao lado, fica o Palácio de Luxemburgo, que teve sua construção iniciada em 1615. O Palácio já serviu de residência real no século XVII. Hoje é a sede do Senado francês.

Dentro do jardim também está La Fontaine Médicis, ou Fonte Médici em português. Essa fonte foi construída logo no início da construção do jardim em 1630. Entretanto, a fonte ficava em outra área do jardim, tendo sido movida para a localização atual também durante a reforma de Napoleão.

E assim terminamos nosso roteiro em Paris. Claro, como disse no início do post, sempre dá pra achar um pontinho escondido em cidades como Paris. Sempre dá pra visitar um novo museu, ou passar mais tempo em algum parque, ou fazer um bate-e-volta. Maas 2 ou 3 dias é o suficiente pra cobrir as mais importantes pontos turísticos.

Fora esses pontos todos acima, tem o controverso Centre Pompidou, que é um museu de arte moderna que mais parece um canteiro de obras (há quem goste!), o Museu d’Orsey com obras impressionistas e as Catacumbas de Paris, que abriga restos mortais de 6 milhões de pessoas em túneis subterrâneos.

Paris na prática

  • Quando ir

Eu confesso que minha primeira impressão de Paris não foi das melhores. Infelizmente, a primeira vez que fui era ápice do verão (com direito à onda de calor de quase 40 graus) e auge da altíssima temporada com hordas de turistas e filas quilométricas para absolutamente tudo (sob o sol escaldante!).

Maaaas, felizmente, tive a sorte de voltar a Paris outras vezes e de redescobrir a cidade no auge do inverno (hello, -10 graus!) e também na primavera e foram experiências completamente diferentes da primeira! Mesmo no verão eu já voltei e como todo gato escaldado soube aproveitar melhor, gerenciando expectativas e evitando lugares que já sabia que estariam apinhados de gente!

Um perrengue que me lembro bem foi a visita ao Louvre em pleno verão. O lugar estava absolutamente lotado! E claro, a sala da Monalisa ainda mais! Mas não era uma fila e sim a sala que não cabia mais ninguém. Maaas o David estava decidido que tínhamos que ver e ficamos muuuuito tempo naquela sala. Quando finalmente estávamos perto, um oriental acabou me dando uma cotovelada no estômago bem no meio da multidão! E tudo isso pra ver a obra por 8 segundos! Sim, estavam cronometrando. Tinham guardas que te davam 8 segundos pra tirar foto E admirar. Ou seja, péssima experiência. No entanto, indo anos depois na baixa temporada o lugar estava vazio e pude tirar fotos, admirar o quanto quisesse. Outro perrengue chique foi Versailles, que já contei nesse post aqui hahaha

Então, a dica é: se puder, evite julho/agosto! Mas se não puder evitar, não deixe de conhecer ainda assim. Apenas gerencie Expectativa x Realidade porque possivelmente os preços estarão inflacionados, tudo lotado e muito calor! Por exemplo, troque filas pra subir na Torre Eiffel por sentar no gramado e admirar a Torre, ou um longa fila de museu (é com vc mesmo Versailles!) por uma caminhada pelos parques ou pelo Rio Sena.

Dito isso, Paris vale a pena em qualquer estação do ano! No inverno a cidade está bem tranquila, quase sem turistas, com valores mais acessíveis. Com os dias amanhecendo tarde e acabando cedo, vc verá a Cidade Luz, completamente iluminada. Já a primavera e outono trazem o clima agradável e um meio termo entre a cidade vazia e a agitação do verão.

  • Quanto tempo ficar

Como disse, eu já fui desde só por bem poucos dias, como também já fiquei 10 dias. No entanto, sempre que passei mais de uma semana, incluí outras outras cidades na França no roteiro, como Versailles, Eurodisney, Vaux-le-Vicomte, Saint-German-en-Laye e Giverny. Ou mesmo combinei com outras partes da França, como Bretanha, Normandia e Vale do Loire. Ou seja, em Paris sempre só fiquei mesmo poucos dias.

Então, pra mim, essa história que “não dá pra fazer Paris em menos de uma semana” e que “você vai precisar de uma semana pelo menos” é meio conversa fiada. Ainda mais que, em geral, as atrações estão umas relativamente perto da outra e que dá mesmo pra fazer boa parte andando. Assim, pra um passeio mais rápido, cobrindo as principais atrações turísticas, 2 ou 3 dias completos dão conta do recado. Mas é claro que se você tiver mais tempo pode curtir a cidade com mais tranquilidade ou ir pra outras cidades/regiões próximas.

  • Roteiro de 5, 7 ou 10 dias

Se tiver uma semana disponível eu sugiro que faça alguns bate-e-voltas que eu mesma já fiz e que estão todos aqui no blog.

Se vc curte parque de diversões, pode ir passar o dia na EuroDisney. Se prefere palácios, opções não faltam, desde o luxuoso Palácio de Versalhes, ao bucólico Vaux-le-Vicomte. Se você gosta de arte impressionista, talvez sua parada certa seja Giverny. Se for pra ter um ar de interior, mas a 30 minutos do centro de Paris, uma boa opção é a cidade de Saint-Germain-en-Laye.

Agora, se vc quiser ir mais longe, tem também a opção de conhecer os majestosos castelos do Vale do Loire. Há tours também para o Mont Saint Michel, embora eu não recomende muito ir até lá só pra passar algumas horas. E eu expliquei direitinho pq não aqui. Mas se vc só tem um dia, tem vontade de ir, e a opção é entre ir por um dia ou não ir de jeito nenhum, então pq não!?

Uma outra opção que muitos gostam é passar o dia na cidade de Reims, coração da região da Champagne. Isso ainda não fiz. Quem sabe após a pandemia!? =)

Saint-German-en-Laye: calmaria à um pulo de Paris

Já ouviu falar em Saint-Germain-en-Laye!? Eu fui parar lá meio que sem querer e adorei o lugar! A comuna de 40mil habitantes conta com um castelo, o local que Louis XIV nasceu, belos parques e bons restaurantes e fica fora do roteiro típico em Paris.

A comuna de Saint-German-en-Laye fica à aproximadamente meia hora de trem do centro de Paris, com vários trens por hora e o preço é quase o mesmo que a passagem de metrô. Considerado já dentro da Grande Paris, me surpreendi com a tranquilidade de Saint-German em meio ao caos que pode ser Paris. Nos hospedamos na casa de um familiar, muito perto da estação de trem. E pra gente foi ótimo passar uns dias tranquilos em uma cidade pequena, mas a um pulo de Paris!

Saint-German já foi residência de vários reis franceses, e foi inclusive o local onde Luís XIV nasceu. Hoje o Castelo de Saint-German-en-Laye abriga o Museu Arqueológico Nacional. E ao contrário do Louvre, mesmo em um feriado, o museu era só nosso para a visita!

Pátio do Castelo

O castelo data do século XII, mas sofreu muitas transformações ao longo dos séculos, restando apenas as fundações e parte da capela gótica de original. A atual forma veio no século XVI, construído para o Rei Francisco, o mesmo rei dos grandes castelos do Vale do Loire, que já tem post aqui no blog. Mais tarde, o castelo foi renovado no século XVII por ninguém menos que Luís XIV. Portanto, apenas a arquitetura e história do castelo já valem a visita!

Além disso, hoje o lugar abriga o Museu de Arqueologia Nacional, onde é possível encontrar artefatos que datam do período paleolítico, celta, romano, medieval, indo até a época a era carolíngia. São mais de 30mil artefatos, incluindo desde esqueletos humanos e animais paleolíticos, utensílios celtas, chão em antigo mosaico romano à diversos itens da idade média.

No mesmo complexo, encontra-se o Pavillon Henri IV. Esse pavilhão antigamente fazia parte do “Novo Castelo”. O pavilhão não só foi onde Louis XIV nasceu, mas também foi sua residência antes de sua mudança para Versailles. Hoje o Pavilhão é única parte que permaneceu de pé e abriga um hotel. O legal é que Pavillon Henri IV fica no topo de uma colina com vista para o rio Sena e para Paris.

Ainda, o local conta com um belo jardim, que também datam do século XVI, contando com estátuas, pavilhão e terraços. Do jardim é possível avistar o Sena, bem como Paris. E tudo isso sem multidões, mesmo em um feriado prolongado! Os jardins abrem diariamente e o acesso é livre. Os jardins dão em uma floresta onde é possível fazer trilhas, picknick, etc.

Bem perto do complexo está o centro histórico. Nas ruas estreitas é possível encontrar pequenas lojas e restaurantes locais, mas também lojas e marcas internacionais.

Foi também em Saint-German que Alexandre Dumas morou e escreveu o Conde de Monte Cristo, mas infelizmente quando fomos a casa estava fechada. A cidade também fica relativamente próxima de Versailles e pode ser que seja possível combinar os dois.

Por fim, vale dizer que o centro histórico é bem antigo e bem conservado, contando com restaurantes bem típicos e com preços mais amigos que a agitada Paris.

Nos conhecemos Saint-German-en-Laye por acaso! Não fosse o fato de um familiar nos oferecer hospedagem grátis a meia horinha do centro de Paris talvez nunca tivéssemos conhecido esse lugar! Seja como for, gostaaamos demais de curtir a tranquilidade e fofura de Saint-German, ainda mais com Paris lotada por conta do feriado/férias escolares. Com certeza, valeu demais a experiência e eu recomendo para um bate e volta, especialmente se der pra combinar com Versailles!

A maioria das pessoas quando vai a França, fica só por Paris. Ou talvez Paris e um bate-e-volta à Versailles ou Disney. Mas pra ter um gostinho da verdadeira França é preciso se afastar do burburinho do centro de Paris e adentrar nas calmas vilas do interior francesas. Felizmente, Saint-German está aí pra isso!

Saint-German na prática

  • Trem RER: Saint-Germain é acessível pela linha A do RER de Paris. O trem parte do centro de Paris, incluindo estações como Gare de Lyon, Châtelet e Etoile.
  • O castelo fica bem em frente à estação e o centro histórico a não mais que 5 minutos à pé.