Experimentando o churrasco Coreano

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Depois de um dia longo e cansativo, e principalmente, que não incluía almoço, tudo que queríamos era achar um bom lugar para sentar, relaxar e comer. E não poderíamos sair da Coréia do Sul sem experimentar um dos pratos mais típicos e conhecidos: O churrasco!

Sinceramente, não pesquisamos a fundo para encontrar um restaurante específico ou fomos atrás do mais indicado no Tripadvisor. Depois do passeio, estávamos com fome e no centro da cidade. Então procuramos pela rua algum lugar que parecesse atraente, e encontramos o Baekjeong Myeongdong.

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E foi uma boa escolha!

Escolhe-se uma seleção de carnes do cardápio, que vem em porções para preparar na mesa mesmo. Escolhemos alguns cortes de carne e porco para começar, mas como era bem servido, ficamos por isso mesmo.

O churrasco é servido com uma variedade de molhos e temperos para temperar a carne à gosto, e tudo é preparado na mesa. Os funcionários ficam por perto caso o cliente precise de ajuda para cortar ou saber o ponto da carne, mas se não forem necessários, fica sendo uma experiência totalmente independente; cada um prepara a própria carne.

Além disso, inclui arroz e algumas saladas, além de ovos que são colocados ao redor da grelha, para cozinhar com o calor.

Gostamos bastante! A carne era boa, o cardápio estava em inglês e o atendimento foi bom. Como a comida é feita na mesa, tem fumaça e cheiro, que pode ficar impregnado na roupa.

Mas saímos bem alimentados, felizes e prontos para arrumar as malas e partir pra China!

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DMZ e a fronteira com a Coréia do Norte

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Quando resolvemos que iriamos visitar a Coréia, já colocamos na lista o passeio até a Zona Desmilitarizada (DMZ) da Coréia do Sul, de onde seria possível ver a Coréia do Norte de uma distância segura. Afinal de contas, considerando o regime do país, isso provavelmente seria o mais próximo que iríamos chegar de conhecer o país nessa vida.

No entanto…entre o momento em que decidimos ir pra Coréia do Sul, com passagens compradas, e o momento em que efetivamente viajamos, muita coisa aconteceu. A Coréia do Norte passou a realizar testes com misseis balísticos de alcance variado, alegando que teria capacidade de eventualmente atingir os Estados Unidos. Inclusive, quando estávamos em Quioto, acordamos um dia com a notícia de que um missel Norte-Coreano sobrevoaria o Japão e que o país estava em alerta. Durante o ano, Trump e Kim Jong-Un trocaram farpas e ameaças, e as tensões na região estavam em alta.

Por isso, ficamos em dúvida até o último instante se deveríamos fazer o passeio e só decidimos mesmo já em Seul, quando tivemos confirmação de que os passeios estavam ocorrendo normalmente, sem problemas e sem restrições. Dúvidas superadas, decidimos partir para o passeio.

Há varias opções diferentes, com varias durações diferentes. Optamos pelo tour de meio dia. Neste passeio, era possível parar  no Imjingak Park, onde fica a Ponte de Liberdade. Em seguida, uma parada no DMZ Exhibition Hall, com a descida no Terceiro Túnel de Infiltração/agressão. Depois, uma parada no Observatório Dora, de onde é possível ver a Coréia do Norte de uma plataforma de observação. Por fim, uma parada na Estação de trêm Dorasan, antes de retornar para Seul.

 

DMZ

Antes de entrar em detalhes sobre os passeios, vamos falar um pouco sobre a DMZ. Esse é um nome extremamente irônico, já que na verdade é uma das zonas mais militarizadas do planeta, em particular imediatamente ao fim do limite da Zona Desmilitarizada.

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Fonte: Por Rishabh Tatiraju – Obra do próprio, CC BY-SA 3.0 https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=21452471

É uma faixa enorme que divide a península coreana em duas, e que tem aproximadamente 2 km até a fronteira entre os dois países (4 Km no total). Foi estabelecida em 1953, quando os países assinaram o armistício.

Como mencionado no post anterior, a Guerra da Coréia tecnicamente não acabou ainda, simplesmente fora acordado um “cessar fogo”, que interrompeu o conflito e estabeleceu a fronteira atual, com reconhecimento da nação dividida em duas.

Foi um conflito que foi se desenvolvendo ao longo de anos. O Japão ocupou o país desde 1910 com a derrubada do Império Coreano, até a derrota na Segunda Guerra Mundial, quando os soviéticos expulsaram os japoneses da Coréia do Norte e lançaram seu apoio a região, com posterior apoio da China comunista. Os americanos, naturalmente apoiaram a região Sul do país. Finalmente em 1950 a Coréia do Norte lançou seu ataque ao sul e as tensões escalaram para conflito aberto até a assinatura do armistício. Desde então, o norte permaneceu sob o regime da dinastia Kim, enquanto o sul seguiu adiante como uma republica (salvo por um breve período de regime militar).

Hoje em dia, a Coréia do Sul fatura bastante com turismo por essa região, já que é uma das principais atrações procuradas pelos turistas.

Mas chega de história! Vamos aos passeios.

 

Imjingak Park e Ponte da Liberdade

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O passeio começou cedo, com a agência nos buscando em nosso hotel. Dali, a primeira parada foi no Imjingak Park. A história aqui é que esse parque foi construído como uma forma de consolar refugiados da Coréia do Norte, que fugiram do país durante e após a Guerra da Coréia. É o último ponto antes de entrar na DMZ e tem várias atrações.

É possível ver aqui os restos de uma locomotiva que foi destruída e baleada durante a guerra, e circulava na linha de trem desmantelada que ligava os dois países.

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Ao lado, nas grades com arame farpado, é possível ver inúmeras tiras coloridas, faixas com mensagens de paz e esperanças para que um dia ocorra a unificação.

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Aqui fica também a chamada Ponte da Liberdade. Em 1953, essa ponte foi usada para a transferência de mais de 12 mil prisioneiros de guerra, devolvidos pela Coréia do Norte para a Coréia do Sul. É possível se aproximas mais da ponte e subir em um mirante para ver melhor, mas tem que pagar por um ingresso só para isso. Dispensamos.

O Sino da Paz, construído como um monumento a paz na terra e desejo de unificação do país.

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E mais. É um parque bonito, com vista bonitas. Mas com uma peculiaridade. É bastante limitado o que é possível ver e fotografar. Em particular, é proibido fotografar na direção do rio e de qualquer construção militar. Os soldados estão constantemente monitorando, e não pensarão duas vezes antes de abordar o turista que não respeite as regras.

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DMZ Exhibition Hall e Terceiro Túnel de Infiltração/agressão

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Findo o passeio pelo parque, era chegada a hora de entrar na DMZ e conhecer um dos túneis de infiltração. Mesmo com os países em “paz”, descobriu-se que a Coréia do Norte vinha cavando túneis abaixo da DMZ, para invadir a Coréia do Sul. A Coréia do Norte nega isso, mas a Coréia do Sul conseguiu provar que eram túneis norte-coreano pelas evidências na pedra, da direção da escavação e das explosões. Apenas 4 túneis foram encontrados até hoje, mas estimam-se que pelo menos 17 existam espalhados ao longo da fronteira.

Para fins de visita, é possível conhecer o terceiro túnel de infiltração, ou como os sul-coreanos chamam, “Túnel de Agressão“.

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A história contada é que em 1975 um norte-coreano que conseguiu fugir do país delatou para a Coréia do Sul que havia um túnel sob a DMZ, construído para invadir o sul.

Ao longo de 3 anos, os soldados sul-coreanos perfuraram o chão da DMZ de 2 em 2 metros, com canos de PVC cheios de água para descobrir se havia alguma passagem subterrânea. Assim, eles finalmente descobriram o túnel inacabado, e escavaram até encontrá-lo. Procederam com a criação de 3 barreiras até a fronteira, para impedir que os norte-coreanos pudessem invadir. Por décadas soldados foram mantidos 24h monitorando as barreiras. Atualmente, o monitoramento é feito por cameras.

Esse é um passeio de alta segurança. Começa com uma visita ao Hall de exibição, que conta um pouco da história da DMZ, da guerra e do túnel. Depois dessa mostra, é possível conhecer o túnel propriamente dito.

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É um passeio intenso. É estritamente proibido entrar com cameras ou celulares. Somente pessoas e com capacetes de segurança. E não é para qualquer um. Começa com uma descida íngreme por aproximadamente 300 metros até chegar no túnel. Ele foi construído com 2 metros de altura e 2 metros de largura, mas graças a estrutura de suporte colocada para manter o teto e as paredes no lugar, é bem mais estreito e baixo do que isso, provavelmente tendo apenas 1,60m de altura para andar e largo o suficiente para apenas duas pessoas passarem lado a lado. Viu a importância dos capacetes? O David, que tem 1,83m, andou praticamente agachado e ainda assim batendo a cabeça a cada 10 segundos!

Lá dentro é quente, úmido e abafado. E depois de mais 300 metros andando, chega-se na terceira barreira. É o mais longe que da pra ir e o mais próximo que se pode chegar da Coréia do Norte (aproximadamente, 170 metros da fronteira). Da pra olhar pela janela da barreira e ver a segunda barreira, onde antigamente soldados ficariam de prontidão.

Depois disso, é andar de volta. É difícil, cansativo, lotado de gente e a volta é ainda mais complicada, já que é uma subida e depois de já ter passado um bom tempo naquele ambiente hostil e com pouco ar. E fazendo com agência tudo isso tem que ser feito no tempo disponibilizado por eles pro passeio, que é bem apertado.

Observatório Dora

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Depois de recuperar um pouco o fôlego da volta do túnel, era chegada a hora de ir ao Observatório Dora, de onde é possível ver a Coréia do Norte com algum dos telescópios disponíveis (mediante pagamento, claro).

De lá, a principal vista que temos é de Kijŏng-dong, ou “Vila da Paz” pros norte-coreanos. Pros sul-coreanos, o nome é outro. Vila da Propaganda. É uma cidade inteira construída próxima a fronteira, com grandes edifícios e aparentemente bem moderna para a época. No entanto, é uma mentira. Os edifícios não são ocupados, não possuem vidros nas janelas nem foram terminados por dentro, as luzes da cidade acendem e apagam em horários pré- determinados e é tudo feito apenas para criar a ilusão de modernidade e grandeza do regime, para atrair os sul-coreanos.

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Além disso, há enormes caixas de som disparando propaganda norte-coreana diariamente, exaltando as maravilhas da vida no país e criticando os Estados Unidos e modo de vida ocidental e capitalista. Elas estavam em perfeito funcionamento durante a nossa visita, e eram perfeitamente audível do observatório. Como retaliação, os sul-coreanos costumam revisar, colocando K-Pop nas alturas para que os norte-coreanos possam ouvir. O que irrita imensamente o regime, já que a música pop coreana frequentemente alardeia o estilo de vida da Coréia do Sul.

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Gangnam Style – Possivelmente um arma de propaganda sul-coreana =P

Outra curiosidade visível são das bandeiras das Coréias, protagonistas da chamada “Guerra das Bandeiras”.  A Coréia do Sul construiu em seu território um grande mastro com a bandeira do país, com quase 100m de altura. A Coréia do Norte viu isso como um ato de provocação, e imediatamente ergueu seu próprio mastro, com 160m de altura, e nele hasteou a bandeira da Coréia do Sul. Até 2010, esse era o maior mastro do mundo.

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Estação de trêm Dorasan

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A estação Dorasan é a última estação e a mais ao norte da Coréia do Sul. Ela teoricamente uniria a linha de trem sul-coreana com a norte-coreana, e permitiria ir até Pyeongyang (capital da Coréia do Norte).

Ela chegou a ser usada por um tempo quando a Coréia do Sul e Norte cooperavam mais, no parque industrial de Kaesong. Não esta em uso atualmente, servindo apenas como mais um monumento ao desejo de unificação entre as Coréias.

Nada de muito especial para ver ou fazer aqui, é uma parada rápida antes de voltar pra cidade.

***

Assim como no Memorial da Guerra, saímos desse passeio entendendo um pouco mais desse país fragmentado, e que apesar de tudo, almeja um dia a paz e a unificação de todo seu território. É um enorme desafio que eles tem pela frente, mas quem sabe um dia.

Depois de todo esse passeio, que ocupou a manhã inteira, tudo que queríamos era um bom almoço, e encerrar nossa viagem experimentando o legítimo churrasco coreano. Que será o objeto do próximo post!

 

Seul em um dia

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Como mencionado anteriormente, a Coréia entrou de última hora nos planos de uma viagem que começou focada no Japão, evoluiu para incluir a China e finalmente acabou sendo Japão, Coréia do Sul e China.

No fim das contas, dentro do tempo que tínhamos para dividir entre a China e a Coréia, acabamos com 2 dias completos na Coréia. Com isso em mente, nos organizamos para ver o máximo possível no mínimo de tempo. Um dia inteiro seria dedicado às principais atrações de nosso interesse em Seul, e o segundo dia seria dedicado a conhecer a Zona Desmilitarizada e a fronteira com a Coréia do Norte (assunto do próximo post). Sem mais delongas, vamos lá.

Seul é uma cidade enorme e a maior do país. De forma similar ao que vimos no Japão, é uma cidade extremamente moderna, mas que ao mesmo tempo casa essa modernidade com a história milenar do país, justapondo arranha-céus com templos coloridos, lojas de cosméticos e vaidade ao lado de vilarejos e artesanato.

É a capital de um país por muito assolado por guerras e trocas de domínio, e que, com a interrupção da atual Guerra da Coréia pela assinatura do armistício, se focou no seu próprio desenvolvimento. A Coréia do Sul se reergueu das cinzas destes conflitos para se modernizar e se tornar uma potência tecnológica, exportadora de cultura e um dos países mais desenvolvidos do planeta.

Muito pra ver e para fazer, então escolhemos as seguintes atrações:

Memorial da Guerra

Começamos nosso dia pelo Memorial da Guerra, uma das atrações mais famosas e populares do país.

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Chegamos lá de metro, parando na estação Namyeoug, pois era na nossa linha de metro, mas a estação Samgakji fica mais próxima da entrada principal.

O Memorial da Guerra é na verdade mais do que o nome indica. É um grande complexo que inclui um memorial propriamente dito, dedicado aos soldados do mundo inteiro que pereceram em combate durante a Guerra da Coréia. Mas inclui também um museu dedicado a história e conquistas militares do país, jardins, praças com muitas esculturas e obras de arte focadas nos conflitos em que o país esteve envolvido e uma grande area externa interativa com tanques, aviões, mísseis e maquinários de guerra em geral, onde é possível interagir de forma limitada com alguns, como entrar em alguns veículos blindados de transporte de pessoal (APCs). A entrada é gratuita.

Iniciamos nossa visita pelos corredores honrando os combatentes, parte da exibição externa e que leva ao prédio principal. Aqui, por todas as paredes, estão gravados os nomes dos soldados Coreanos e de outros países que perderam sua vida durante a Guerra da Coréia e do Vietnam, divididos por país de origem.

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Em seguida, entramos no prédio principal, mas não antes de admirar a vista da Praça da Paz, com o imponente monumento a Guerra da Coréia em posição central.

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Uma vez no prédio principal, parte da mostra é dedicada à história da guerra, passando pelos conflitos em que a Coréia esteve envolvida ao longo do tempo, inclusive com o Japão, com quem eles têm uma longa história conflituosa que até hoje permanece um tanto quanto mal resolvida. Esta ala mostra réplicas de equipamentos navais, armamentos, armaduras e contém videos e imagens para ilustrar as conquistas militares de outrora.

Depois de aproveitar as mostras internas, incluindo muitas informações sobre a Guerra da Coréia (sem maiores detalhes por ora, já que isso será assunto do passeio do dia seguinte), resolvemos explorar a parte externa do complexo.

Nela, é possível ver muitos equipamentos de guerra diferentes. Tanques, artilharia, aviões, embarcações, APCs, carros, mísseis, e muito mais. Todos originais e que foram utilizados durante a Segunda Guerra, Guerra da Coréia e alguns outros conflitos durante a Guerra Fria.

Para encerrar o passeio, seguimos em frente, observando as muitas esculturas do jardim do Memorial, como a famosa estátua dos dois irmãos, representando soldados das duas Coréias, inimigos no campo de batalha, mas se abraçando, buscando representar a reconciliação de uma nação fragmentada em duas.

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Igualmente marcante é o Relógio da Paz.

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Essa escultura mostra duas meninas no topo de uma pilha de escombros de guerra, com restos de tanques, aviões, bombas e armas, utilizadas na guerra pelas duas Coréias, segurando dois relógios.

Um, parado no tempo, marca a hora e data do início da guerra da Coréia. O outro, continua em funcionamento, mostrando o tempo atual.

Um terceiro relógio já esta preparado e fica perto da estátua, e nele pretendem colocar a data e hora exata da assinatura do tratado de paz, quando finalmente puserem um fim a Guerra da Coréia e as duas nações voltem a ser uma só.

Este foi o Memorial da Guerra. Acho que a mensagem mais interessante que tivemos alí, e que foi uma mensagem consistente em todo nosso tempo no país, foi o fato da Coréia do Sul desejar a unificação. Mesmo depois de todo esse tempo, mesmo depois de todas as agressões e investidas do regime hostil ao norte….os Sul-Coreanos querem paz, e uma paz que resulte na unificação do território, das famílias e dos irmãos separados por anos de guerra.

Palácio Gyeongbokgung

Findo nosso passeio pelo Memorial, pulamos em um taxi e fomos direto para o Palácio Gyeonbokgung (depois de dificuldades pra fazer o taxista entender a gente falando esse nome).

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Seul possui 5 grandes palácios principais, todos construídos durante o reinado da dinastia Joseon, período onde Seul passou a ser a capital do reinado. Esta foi a última e mais duradoura dinastia do país, reinando entre 1392 e 1897. Após este período, a Coréia manteve-se como um império até 1910, quando o país foi ocupado e anexado pelo Japão.

Os 5 palácios são Gyeongbokgung, Changdeokgung, Changgyeonggung, Deoksugung e Gyeonghuigung.

Destes, Gyeongbokgung é o maior e o mais antigo, então pela falta de tempo e pelo fato deste também ser o palácio onde poderíamos ver a troca da guarda, optamos por visitar apenas este.

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Gyeongbokgung significa “Palácio grandemente abençoado pelos céus”, e foi o centro de governo da Coréia por 5 séculos durante o reino da dinastia Joseon. Como é de praxe nos grandes palácios orientais, não é apenas uma construção, mas um complexo de construções cercados pelos muros do palácio e com acesso dividido por vários portões.

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Foi destruído e restaurado sucessivas vezes ao longo de sua história, mas até hoje é amplamente considerado como o mais belo e imponente dos palácios de Seul. Chama bastante atenção por sua arquitetura tradicional e suas cores, misturando verde, vermelho e dourado.

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O interior das construções impressiona, por sua mistura de cores, detalhes e arte, tudo muito bem conservado e restaurado.

Mas outra atração é exatamente a troca da guarda. Neste palácio, os guardas mantém a tradição de se vestir (e as vestimentas mudam dependendo da estação do ano) e portar armamentos tradicionais do período da dinastia Joseon. É possível ver a apresentação diariamente, as 10 AM e 2 PM. A apresentação ocorre no pátio principal, entre os dois portões principais.

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Duas dicas importantes:

Primeiro, o pátio é 100% aberto. Quando fomos, estava extremamente ensolarado e quente. Então se for o caso, preparem-se! Não tem sombras, não tem para onde escapar. É aguentar até acabar (dura só 20 minutos a troca da guarda).

Segundo, os guardas realizam um treinamento ANTES da troca, logo do lado de fora do pátio central, na saída leste. Lá é possível vê-los ensaiando alguns movimentos de combate antes da troca. Vale a pena conferir! Achamos até mais interessante do que o ritual de troca em sí.

A entrada custa apenas 3,000 won (algo como R$11) e quem estiver vestido com roupas tradicionais Coreanas, entra de graça (o que explica a infinidade de meninas usando roupas do período Joseon passeando pelo palácio).

Parque Cheonggyecheon

Terminado o passeio pelo palácio, resolvemos andar até o parque Cheonggyecheon. Esta atração é um longo parque urbano que segue um riacho por 11 km até seu desague no rio Han. É o maior parque horizontal do mundo.

Para chegar lá, passamos por alguns eventos inusitados. Como essa passeata pró-Estados Unidos (notem que estávamos lá exatamente na época que o regime Norte-Coreano estava bem ativo e lançando mísseis sobre o Japão)….

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E os Vingadores Coreanos…

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Mas enfim chegamos no belo Parque Cheonggyecheon.

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Este longo parque é bastante popular entre os locais e oferece muitas atrações. Eles entram na água (é rasa), há músicas, artesanato, food trucks espalhados por todo o lugar, e também espaços naturais, arvores e vegetação. Um pouco para todos os gostos e ótimo para uma caminhada pela cidade.

Aldeia Bukchon Hanok

Continuando nossa caminhada, resolvemos encerrar nosso dia na aldeia Bukchon Hanok, já próxima de nosso hotel.

É uma área extremamente charmosa, onde ainda é possível encontrar a “antiga Seul” viva. As casas aqui seguem o estilo tradicional do período Joseion, as chamadas Hanok.

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Hoje em dia, muitas foram convertidas em lojas de artesanato, restaurantes, guesthouses e centros culturais, e o bairro é cortado por uma via comercial movimentada.

Mas o charme dele continua sendo simplesmente andar pelas vielas estreitas e aproveitar a arquitetura local…

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Assim, encerramos nosso dia, com o por do sol sobre a velha Seul. Dia seguinte tem mais, com nossa pequena aventura até a fronteira com a Coréia do Norte!