Obernai

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Obernai é uma pequena vila da Alsácia, contando com apenas 10 mil habitantes. Apesar de seu pequeno tamanho, sua história remonta aos tempos do Império Romano, quando essa pequena vila era um ponto de passagem para os romanos.

Desde então, tal qual outras cidades da Alsácia, já foi uma cidade independente, posteriormente curvou-se à França, depois foi anexada à Alemanha, e daí por diante trocando de mãos algumas vezes.

Daí também essa vila tem todo o charme da Alsácia, com suas casas de enxaimel. Além disso, várias vinícolas da rota do vinho da Alsácia encontram-se próximas a Obernai. Algumas delas são tão próximas que chegam a ser acessíveis à pé ou de bicicleta.

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No nosso terceiro dia pela Alsácia, estávamos pescando o que fazer, pois já tínhamos visto tudo em Estrasburgo e em Colmar. Então, vi que seria muito fácil visitar de trem Obernai a partir de Estrasburgo e lá fomos nós.

A partir da estação de trem pode-se fazer tudo à pé. O primeiro lugar que avistamos foi a atual Prefeitura (Hôtel de Ville). O prédio está lá desde 1370, muito embora em 1848 tenha sido expandido, recebendo uma nova fachada. Ao seu lado, está a torre de uma antiga igreja gótica, ali outrora existente.

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Depois seguimos para a Eglise Saints-Pierre-Et-Paul (Igreja de Santos Pedro e Paulo). É uma igreja relativamente recente, inaugurada em 1872 e foi construída no lugar de outra igreja demolida do séc XII.

Próximo dali também está o Poço, que data de 1579 e tem estilo renascentista. O poço é todo esculpido e repleto de flores.

Após visitamos os Muros da Cidade Antiga, que tem uma extensão de 1400m, 20 torres e 4 portões. Atualmente, na parte interna, uma via pietonal acompanha os muros e serve para passeios e caminhadas.

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Dicas práticas

Obernai é bem pequena. Algumas poucas horas foram mais que suficientes para vermos os pontos turísticos, andarmos pelo centro, almoçarmos e voltarmos para Estrasburgo. Assim, uma manhã ou uma tarde é mais que o suficiente para um bate-e-volta. Também está a meio caminho de Colmar e pode funcionar bem como uma parada rápida. Se estiver com tempo sobrando, vale a ida. Se o tempo estiver corrido, dedique-se a Estrasburgo.

Nós fizemos um bate e volta de trem. As passagens podem ser compradas na maquininha e não é necessário comprar com antecedência. O trem parte de hora em hora e a viagem dura meia hora. O valor da passagem é 12 euros (ida e volta) e é necessário validar o bilhete. Pode-se voltar em qualquer outro horário no mesmo dia, ainda que o bilhete tenha horário de volta. Da estação central de Obernai até o centro histórico são cerca de 5 minutos de caminhada.

 

 

 

Colmar

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Tal qual Estrasburgo, Colmar é uma cidade francesa da região da Alsácia. É bem pequena, contando com pouco mais de 60 mil habitantes. A cidade está próxima da Alemanha. Friburgo, por exemplo, fica a 50 km. Também está próxima da Suíça, já que a Basileia (Basel) está a 60 km.

Por isso mesmo, essa cidade mistura arquitetura alemã e suíça. Até porque, assim como Estrasburgo, mudou de mãos várias vezes. Desde cidade/região independente até domínio ora francês, ora alemão, a região tem uma identidade única, como falei nesse post aqui.

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O centro histórico está super bem conservado e parece uma Estrasburgo de bolso! Certamente, um dos locais mais fotografados é a Grand Rue (Grande Rua) e os arredores da Place Jeanne d’Arc (Praça Joanna D’Arc), em que há belas casas em enxaimel ao longo dela.

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Outro local de visita obrigatória é a Petite Venise (Pequena Veneza).  A graça que a partir desta pequena ponte, tem-se uma bela vista do bairro forrado com belas casas.

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Dicas práticas

Não há muitos pontos turísticos na cidade e o centro histórico é bem pequeno. Assim, algumas poucas horas são mais que o suficiente. Muitas pessoas gostam mais de Colmar que de Estrasburgo. Ao contrário, eu gostei mais de Estrasburgo. Então, se tiver que escolher onde passar mais tempo ficar em cada uma ou qual delas visitar, acho mais interessante Estrasburgo.

Nós fizemos um bate e volta de trem. As passagens podem ser compradas na maquininha e não é necessário comprar com antecedência. O trem parte a cada meia hora e a viagem também dura meia hora. O valor da passagem é 25 euros (ida e volta) e é necessário validar o bilhete. Pode-se voltar em qualquer outro horário no mesmo dia, ainda que o bilhete tenha horário de volta. Da estação central de Colmar até o centro histórico são uns 10 ou 15 min de caminhada.

Estrasburgo

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Estrasburgo (ou Strasbourg) é a capital da região da Alsácia. Como tal é uma cidade francesa, mas com forte influência alemã. Isso porque, a cidade trocou de mãos várias vezes ao longos dos séculos. Com o fim da 2a Guerra Mundial, a cidade tornou-se definitivamente francesa.

Como muitas cidades européias, é Patrimônio Mundial da Unesco e você pode (e deve) conhecê-la a pé. Não dá para negar que o que nos atrai em Estrasburgo é a La Petite France, um dos bairros mais pitorescos e fofos que já conheci.

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Pescadores e artesãos já viveram e trabalharam nessa região da cidade. Construíram suas charmosas casas de enxaimel nos séculos XVI e XVII. As ruas e casas foram construídas ao nível das vias navegáveis. O resultado é encantador.

A partir da “Petite France”, pode-se caminhar até Les Ponts Couverts. “As pontes cobertas” mantiveram esse nome, apesar do perecimento do teto no século XVIII. São antigas fortificações que serviam como defesa da cidade.

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Próxima às pontes está a Barragem Vauban, também conhecida como “Grande Bloqueio”. Recebeu essa denominação, pois permitiria inundar parte da cidade caso houvesse necessidade em razão de ataque de inimigos.

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Todavia, talvez o principal ponto turístico seja a gigantesca Catedral de Notre Dame, sendo uma obra icônica do período gótico. Sua construção foi iniciada em 1015 e somente terminou em 1439. A sua torre de 142m já fez com que fosse considerada a maior igreja do mundo por muitos anos. Hoje, está em 4o lugar. O destaque está também nas centenas de esculturas que adornam o lado exterior e nos dão uma ideia da vida na Idade Média. Já no interior, além dos vitrais, destaca-se órgão monumental.

O principal museu é o Palácio Rohan que, na verdade, é um complexo que abriga três museus: o Museu Arqueológico, o Museu de Artes e o Museu de Finas Artes.

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 Estrasburgo é também conhecida como uma das capitais da Europa, devido às inúmeras instituições europeias que ali estão, dentre elas, Conselho da Europa, o Parlamento europeu e a Corte Europeia dos Direitos Humanos.

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Nós fizemos o passeio longo de barco Batorama. O tour longo passa em frente às instituições da União Europeia, além de todos os pontos turísticos do centro histórico e haviam vários horários de partida.

Ademais, há parques na cidade, outros museus e muitos restaurantes. Aproveite para comer crepe, comidas a base de porco, tortas,.. tudo isso acompanhado do vinho alsacês.

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Particularmente, foi a cidade da região que mais gostei. Afinal, depois de bater perna pelo centro antigo de Estrasburgo todas as outras pareceram meio iguais, inclusive Colmar. Passamos dias muito agradáveis nessa cidade absolutamente fofa! Tanto que é uma das nossas cidades favoritas da França!

Alsácia

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Alsácia (Alsace em francês) é uma região na região nordeste da França, junto às fronteiras da Alemanha e Suíça. Por isso mesmo, a Alsácia é uma região muito peculiar da França, pois mescla características francesas, alemãs e suíças. 

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Os celtas já habitavam a região quando no ano de 58 a.C. os romanos a dominaram. Devido às propriedades do solo, os romanos estabeleceram a região como um centro de viticultura, característica da Alsácia até hoje. Os vinhos dali são muito recomendados pelos apreciadores da bebida e eu me incluo aí. Inclusive, para os apreciadores da bebida há a famosa Rota da Alsácia, que passa por diversas vinícolas da região ao longo do Rio Reno.

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Com o declínio do Império Romano, a região passou a ser controlada pelos Alamanos, depois pelos Francos, pelo Sacro Império Romano-Germânico, novamente pelos Francos, mais uma vez pela Alemanha até, enfim, voltar ao domínio francês com o fim da 2a Guerra Mundial. E justamente esse troca-troca no domínio deu a essa região características únicas que a tornam diferente de todo o resto da França. Por lá, ainda existe o dialeto alsaciano, a culinária mistura chucrute com crepe e a arquitetura tende ao estilo alemão/suíço com suas casas de enxaimel.

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Nós passamos 3 deliciosos dias e noites na região, sendo que em todas elas ficamos hospedados em Estrasburgo. Um dia dedicamos para Estrasburgo, outro para Colmar e outro para Obernai, que serão assunto dos próximos posts.

Além disso, a partir de lá pode-se conhecer a Floresta Negra na Alemanha, que inspirou tantos contos de fada. Acabamos decidindo não ir, pois não estávamos de carro, não queríamos alugar e ir de transporte público era meio inviável pois envolvia trocas de trem/ônibus e poucas opções de horário.

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Nossos dias por lá foram bem tranquilos, pois é uma viagem em que o foco não é bater ponto em pontos turísticos, mas simplesmente aproveitar as cidades bonitinhas e a boa culinária. Então, passamos alguns dias apenas flanando por ali sem muito compromisso. Afinal, é tudo muito lindo e fofo.Inclusive, Estrasburgo é tão fofinha que foi justamente seu centro histórico que serviu de inspiração para a vila da Bela (de A Bela e a Fera).

Nós adoramos! Entrou para a lista de lugares que queremos voltar, especialmente Estrasburgo!

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Alsácia na prática

Na época, fomos de ônibus a partir de Luxemburgo. Pagamos 6 euros ida e volta no total para nós dois com o Mega Bus UK. Entretanto, parece que não há mais essa rota. De toda forma, o trajeto pode ser feito de trem TGV. A partir de Paris a viagem dura 1h45m e custa 50 euros ida e volta se comprado com boa antecendência. A partir de Luxemburgo a viagem dura 1h20m e custa 30 euros também se comprado antecipadamente. Por lá, também fizemos tudo por transporte público, mas isso também vou detalhar nos próximos posts.

Ficamos hospedados no Comfort Hotel Strasbourg Montagne Verte, que eu recomendo mais ou menos. O quarto era relativamente pequeno (como todas na França), o chuveiro saía pouca água e não havia ar-condicionado, sendo que fomos no verão. Por outro lado, na altíssima temporada pegamos uma promoção no booking e pagamos 40 euros com café da manhã incluso! O atendimento era bom e o restaurante do hotel também, com ótimo café da manhã e jantar. Ou seja, foi um ótimo negócio. Então eu recomendo se estiver com um bom preço e você não se importar tanto com conforto. O hotel fica a uns 20 ou 30min de caminhada do centro histórico, mas que é uma caminhada agradável beirando o rio. Além disso, há uma estação do tram a um quarteirão e pode-se comprar passagens com desconto a partir de 2 pessoas.