Saint-German-en-Laye: calmaria à um pulo de Paris

Já ouviu falar em Saint-Germain-en-Laye!? Eu fui parar lá meio que sem querer e adorei o lugar! A comuna de 40mil habitantes conta com um castelo, o local que Louis XIV nasceu, belos parques e bons restaurantes e fica fora do roteiro típico em Paris.

A comuna de Saint-German-en-Laye fica à aproximadamente meia hora de trem do centro de Paris, com vários trens por hora e o preço é quase o mesmo que a passagem de metrô. Considerado já dentro da Grande Paris, me surpreendi com a tranquilidade de Saint-German em meio ao caos que pode ser Paris. Nos hospedamos na casa de um familiar, muito perto da estação de trem. E pra gente foi ótimo passar uns dias tranquilos em uma cidade pequena, mas a um pulo de Paris!

Saint-German já foi residência de vários reis franceses, e foi inclusive o local onde Luís XIV nasceu. Hoje o Castelo de Saint-German-en-Laye abriga o Museu Arqueológico Nacional. E ao contrário do Louvre, mesmo em um feriado, o museu era só nosso para a visita!

Pátio do Castelo

O castelo data do século XII, mas sofreu muitas transformações ao longo dos séculos, restando apenas as fundações e parte da capela gótica de original. A atual forma veio no século XVI, construído para o Rei Francisco, o mesmo rei dos grandes castelos do Vale do Loire, que já tem post aqui no blog. Mais tarde, o castelo foi renovado no século XVII por ninguém menos que Luís XIV. Portanto, apenas a arquitetura e história do castelo já valem a visita!

Além disso, hoje o lugar abriga o Museu de Arqueologia Nacional, onde é possível encontrar artefatos que datam do período paleolítico, celta, romano, medieval, indo até a época a era carolíngia. São mais de 30mil artefatos, incluindo desde esqueletos humanos e animais paleolíticos, utensílios celtas, chão em antigo mosaico romano à diversos itens da idade média.

No mesmo complexo, encontra-se o Pavillon Henri IV. Esse pavilhão antigamente fazia parte do “Novo Castelo”. O pavilhão não só foi onde Louis XIV nasceu, mas também foi sua residência antes de sua mudança para Versailles. Hoje o Pavilhão é única parte que permaneceu de pé e abriga um hotel. O legal é que Pavillon Henri IV fica no topo de uma colina com vista para o rio Sena e para Paris.

Ainda, o local conta com um belo jardim, que também datam do século XVI, contando com estátuas, pavilhão e terraços. Do jardim é possível avistar o Sena, bem como Paris. E tudo isso sem multidões, mesmo em um feriado prolongado! Os jardins abrem diariamente e o acesso é livre. Os jardins dão em uma floresta onde é possível fazer trilhas, picknick, etc.

Bem perto do complexo está o centro histórico. Nas ruas estreitas é possível encontrar pequenas lojas e restaurantes locais, mas também lojas e marcas internacionais.

Foi também em Saint-German que Alexandre Dumas morou e escreveu o Conde de Monte Cristo, mas infelizmente quando fomos a casa estava fechada. A cidade também fica relativamente próxima de Versailles e pode ser que seja possível combinar os dois.

Por fim, vale dizer que o centro histórico é bem antigo e bem conservado, contando com restaurantes bem típicos e com preços mais amigos que a agitada Paris.

Nos conhecemos Saint-German-en-Laye por acaso! Não fosse o fato de um familiar nos oferecer hospedagem grátis a meia horinha do centro de Paris talvez nunca tivéssemos conhecido esse lugar! Seja como for, gostaaamos demais de curtir a tranquilidade e fofura de Saint-German, ainda mais com Paris lotada por conta do feriado/férias escolares. Com certeza, valeu demais a experiência e eu recomendo para um bate e volta, especialmente se der pra combinar com Versailles!

A maioria das pessoas quando vai a França, fica só por Paris. Ou talvez Paris e um bate-e-volta à Versailles ou Disney. Mas pra ter um gostinho da verdadeira França é preciso se afastar do burburinho do centro de Paris e adentrar nas calmas vilas do interior francesas. Felizmente, Saint-German está aí pra isso!

Saint-German na prática

  • Trem RER: Saint-Germain é acessível pela linha A do RER de Paris. O trem parte do centro de Paris, incluindo estações como Gare de Lyon, Châtelet e Etoile.
  • O castelo fica bem em frente à estação e o centro histórico a não mais que 5 minutos à pé.

Palácio de Versalhes

Foto retirada do Facebook oficial do Palácio

Louis XIV, o Rei-Sol, mandou construir o Château de Versailles (Palácio de Versalhes) em meados do século XVII, tornando-se o maior símbolo do Antigo Regime Absolutista, que estava no auge do poder. Situado nos arredores de Paris, o palácio foi a capital política do reino e onde a família real residiu até a Revolução Francesa. Até hoje continua sendo o maior e mais famoso palácio da França.

Versailles servia de inspiração para a construção palácios ao redor do mundo e Versailles mesmo foi construído inspirado no Vaux-leVicomte, como já falei aqui no blog.

Muito do palácio ainda está no estado original, exceto pela mobília que foi quase toda saqueada durante a Revolução. Cerca de 30 mil pessoas trabalharam na obra, cujas contas praticamente esvaziaram os cofres da França.

Os trabalhos começaram em 1661 sob a orientação de Louis XIV, que contratou Le Vau, Le Brun e Le Notre, 3 notórios arquitetos/paisagistas e ordenou uma renovação completa da antiga Casa de Caça da família real . Uma vez pronto, a Corte oficialmente se mudou do Palácio do Louvre para Versalhes.

O trio de arquitetos se inspirou muito na mitologia grega e romana. Assim, inclui quartos dedicados a Hércules, Vênus, Diana, Marte e Mercúrio, além da Sala de Guerra.

Mas certamente, a sala mais famosa é a Galerie des Glaces (Sala dos Espelhos), um salão de baile com enormes espelhos de um lado e janelas com vista para os jardins e o pôr-do-sol.

Foto não editada já pra vcs verem como o lugar é lotado!

Após visitar o palácio, é hora de visitar o jardim. São 800 hectares de jardins e parques! E francamente, foi a parte que mais gostei. Os jardins são gigantes e deslumbrantes. Já obviamente a nobreza não saía do Palácio, os jardins se tornavam o principal local de passeio.

O outro motivo pelo qual gostei mais do jardim do que do palácio foi porque quando visitamos estava absolutamente apinhado de gente! Era gente que não acabava maaais! Mesmo comprando o ingresso com antecedência ficamos 2h30m na fila só pra entrar! Pra piorar era verão, no meio de uma daquelas ondas de calor. Ou seja, 2h30m numa fila interminável em um sol de 40 graus! Sinta o drama:

Quando finalmente entramos, todos os cômodos também estavam absurdamente lotados, mesmo com o pessoal regulando o número de pessoas dentro. Basicamente ficamos em um rebanho o tempo todo!

Então minha dica é: não vá no verão. Se for, fique pelos jardins, que podem ser visitados independemente da visita interna ao palácio. Outra dica é chegar bem cedo, um pouco antes do horário de abertura se possível. Se possível vá numa quarta ou quinta, que são dias com menor movimento.

É possível comprar o ingresso com antecedência online no próprio site do Palácio, ou presencialmente em uma das lojas Fnac em Paris. Aparentemente agora já é possível comprar ingresso com hora marcada pelo site, o que já ajuda muito. Quando fui isso não era possível, mesmo quando comprado com antecedência.

O Palácio abre diariamente às 9 horas, exceto às segundas-feiras. Já os jardins são acessíveis todos os dias, inclusive às segundas. A entrada do palácio custa 18 euros e os jardins são gratuitos.

Como chegar:

  • A linha C do RER chega à estação de trem Versailles Château – Rive Gauche, e fica a uns 10 minutos a pé do palácio.
  • Os trens SNCF da Gare Montparnasse chegam à estação ferroviária Versailles Chantiers, que fica a 18 minutos a pé do Palácio.
  • Os trens SNCF da Gare Saint Lazare chegam à estação de trem Versailles Rive Droite, a 17 minutos a pé do Palácio.
  • Na hora de comprar as passagens, já compre ida e volta, para evitar filas na volta. Você pode usar a qualquer horário do dia o bilhete.
  • Os horários dos trens RER C e SNCF estão disponíveis em www.transilien.com

Conheça Vaux-le-Vicomte: o palácio do Homem da Máscara de Ferro

O Palácio de Vaux-le-Vicomte (Château de Vaux-le-Vicomte) fica em Maincy, a 50km de Paris. Foi construído no século XVII à pedido de Nicolas Fouquet, o Ministro de Finanças de Louis XIV. Hoje o palácio é a maior propriedade privada considerada como monumento histórico da França.

Na época, Nicolas Fouquet contratou Le Vau, Le Brun e Le Notre, 3 notórios arquitetos/paisagistas para executar a obra. O foi esse lindo palácio, que já serviu de cenário para vários filmes, dentre eles, O homem da máscara de ferro e Marie Antoinette.

Para infelicidade de Fouquet, dizem que Louis XIV achou um o palácio um ultraje, pois ele como o rei-sol deveria ter toda a atenção. Após a festa de inauguração, que inclusive contou com a presença de Louis XIV, foi preso por d’Artagnan por ordem do rei, sob acusação de conspirar contra o Rei e de ter desviado dinheiro.

Fouquet foi condenado e morreu na prisão em 1680. Especula-se que ele tenha sido o prisioneiro que chegou à Prisão de Pignerol conhecido como “o Homem da máscara de ferro”. No entanto, nunca se comprovou se a identidade do prisioneiro mantido com a máscara era realmente Fouquet.

Na verdade, nunca foi revelada a identidade do Homem da máscara de ferro. Apenas se sabe que ele era bem tratado, proibido de falar com qualquer pessoa e que passou seus anos usando a máscara. Acredita-se que ele morreu na Bastilha em 1703 e que, portanto, não poderia ser Fouquet.

De toda forma, o mistério do prisioneiro com a máscara ronda também o palácio, ainda mais depois do filme que Leonardo diCaprio! Por isso mesmo, há no subsolo um prisioneiro com máscara.

Após a prisão do pobre Ministro de Finanças, Louis XIV contratou o mesmo trio de arquitetos e ordenou uma completa renovação/reconstrução do antigo Palácio de Versalhes. Uma vez pronto, a Corte oficialmente se mudou do Palácio do Louvre para Versalhes.

Inegavelmente o Palácio em si é lindo e merece a visita. Conta com mostras de roupas e mobiliário da época, além de uma coleção de carruagens de vários tamanhos. E é uma visita muito mais tranquila que a entupida-de-gente-Versalhes.

Mas o que chama a atenção mesmo são os jardins! O jardim foi feito criando uma ilusão de ótica, marcada por técnica chamada de “perspectiva retardada”. As partes do jardim que estão mais ao longe foram construídas mais longas e mais altas. Este técnica permite diminuir uma perspectiva, tornando o jardim menor aos nossos olhos do que realmente é. Assim, ele parece relativamente pequeno, mas na verdade tem 3km!

O David já sabia disso porque já tinha visitado antes o lugar. Diz ele que achando que não era longe foi até o outro lado do jardim, numa subida que não acabava nunca mais!

Por isso mesmo é possível alugar carrinho de golfe na entrada do palácio para conhecer o jardim. O carrinho comporta 4 adultos, o que foi ótimo porque estávamos em 4 mesmo. Pagamos 20 euros para 45 minutos. É necessário apresentar a carteira de motorista. E esses 45 minutos deram no laço!

No final do jardim há uma grande Estátua de Hércules em ouro e uma vista deslumbrante do jardim e do palácio.

  • Vaux-le-Vicomte na prática

Apesar de ficar a 50km de Paris, é muito fácil fazer um bate e volta até o Palácio, mesmo de transporte público.

De Paris Gare de l’Est, basta pegar o trem direto Linha P (na direção de Provins). Aí é só descer na estação ferroviária Verneuil l’Etang. Há trens diretos a cada 60 minutos e viagem dura 35 minutos. Há um ônibus chamado “Châteaubus” bem em frente à estação e que leva pro Palácio. O horário do trem é casado com o horário do ônibus.

Caso queira almoçar lá, há um restaurante bem mais caro e chique, mas também há uma cafeteria/restaurante self-service, chamado Restaurant Le Relais de l’Ecureuil. Fica bem ao lado da bilheteria, tendo área externa e interna e preços mais amigos do bolso.

EuroDisney

Em uma das nossas viagens à Paris, estávamos com um dia livre e resolvemos conhecer a EuroDisney. O parque fica na região de Chessy, muito perto de Paris e é ótimo pra uma bate-e-volta de um dia.

Na verdade, são 2 parques interligados. O primeiro é o Disneyland Park, e é onde estão os castelos e onde são feitos os shows. A grande atração é o Castelo da Bela Adormecida. E também é nesse parque que acontece o Disney Stars on Parade, um desfile de personagens em carros alegóricos.

Já o segundo é o Walt Disney Studios Park, onde ficam os brinquedos mais radicais, como montanha-russas, elevador, casa mal assombrada, etc.

Quanto à experiência em si, tenho sentimentos dúbios. Realmente o lugar é lindo e realmente te remete à infância, mas é taaaao cheio, que acaba sendo chato.

Nós fomos no meio do verão e estava bem cheio, como de se esperar. Chegamos bem cedo, com o parque abrindo e fomos embora depois do fim do show, às 23hs. E ao longo desse dia todo, conseguimos ir em 5 brinquedos. Uma média de 2hs de fila por brinquedo.

Depois de 1h de fila no sol, entramos nessa área coberta pra mais 1h de fila!

Pior que o David já tinha ido no inverno, em março, e disse que também pegou muita fila demorada! Então, não tem muito jeito, esteja preparado pra enfrentar filas longas e lentas.

Teoricamente, vc pode usar o fast-pass, que é um fura-fila, permitindo agendar o seu horário nas máquinas espalhadas pelo parque das atrações que te interessam. Já está incluso no ingresso, não sendo necessário nenhum pagamento. O problema é que vc só pode agendar um de cada vez e eles se esgotam rápido. Conseguimos usar só uma única vez e depois esgotou pra todos os brinquedos. E mesmo assim ainda tivemos 30 ou 40min de fila pra entrar no brinquedo escolhido.

Há uma área chamada Disney Village, cheia de bares e restaurantes. Como iríamos ficar para o show de encerramento, a ideia era jantar ali. O problema: todos os restaurantes só com reserva antecipada, mesmo estando vazios! Quem é que vai pensar em fazer reserva antecipada quando se está passando o dia de férias na Disney!? Resultado: ficamos sem jantar.

O show de encerramento se chama Illuminations, e são projeções feitas no Castelo da Bela Adormecida, além de fogos de artifício. Dizem que é bonito. Eu, do alto de meus 1,53cm de altura, só vi um pedacinho do show na torre mais alta e os fogos de artifício! hahahah

Eu fiquei em dúvida se escrevia esse post porque, pra mim que detesto fila, achei bem furada! Pode ser que se vc for na baixa temporada (que tb tem muita fila), até valha a pena… Ou se vc ficar hospedado lá (caro, mas tem acesso rápido aos brinquedos), ou caso tenha filhos, ou goste muito de parques… bem, aí pode até ser. Pra mim, agora vai demorar muito pra eu voltar em qualquer parque de diversões que seja.

EuroDisney na prática

Chegar lá é bem fácil. Basta ir até uma estação de trem RER e pegar o RER A4, com destino à Marne-la-Vallée/Chessy. O trem custa 7 euros e passava a cada 20-30minutos. Se ficar para o encerramento, os trens voltam muito lotados, mas a ida é tranquila.

A entrada do parque para 1 dia custa 68 euros para os 2 parques durante a semana ou promoção de baixa temporada, ou 99 euros aos finais de semana/alta temporada. Vale a pena comprar antecipado pela internet, imprimir em casa e levar, ou você corre o risco de ficar mofando nas filas da bilheteria. É possível comprar diretamente no site. E caso já esteja em Paris, também dá pra comprar em qualquer Fnac.