Roteiro em Atenas

Já vou iniciar o post dizendo que achei Atenas uma capital vibrante! É uma cidade antiga e moderna ao mesmo tempo, em que bares noturnos agitados têm vista para monumentos que contam com milênios de anos! Cheia de cultura e história, uma gastronomia maravilhosa, povo receptivo e uma cidade barata (em comparação à outras capitais européias), Atenas me surpreendeu!

Ainda mais porque li vários relatos na blogosfera de que Atenas seria uma cidade suja, perigosa e decaída, uma cidade de passagem para conhecer a Acrópole bem rápido e correr logo para alguma ilha grega. Embora eu tenha notado que a crise nos últimos anos realmente deixou a cidade um pouco mais caótica, não vi essa decadência toda!

O que encontrei foram pessoas alegres e receptivas, mesmo com toda crise econômica e social que a Grécia vem enfrentando há anos. Em nenhum momento me senti insegura, mesmo fazendo tudo à pé; ou assediada por vendedores (ainda mais que estávamos vindo de uma viagem pelo Egito em que nos sentimos como presas sendo caçadas! hahah).

Passamos 3 dias/4 noites em Atenas, sendo que no último deles não fizemos nada de muito turístico por causa da chuva e aproveitamos pra ir em restaurantes e fazer algumas comprinhas. Já os outros 2 usamos pra conhecer o principal de Atenas e ainda fazer um bate e volta para o Cabo Sounion.

Roteiro – Parte 1: Praça Monastiraki, Biblioteca de Adriano, Plaka, Acrópole (Odeon de Herodes/ Propileu/ Partenon/ Erecteion/ Teatro de Dionísio), Arco de Adriano e Templo do Zeus Olímpico

Como ficamos em um hotel muito próximo da Praça Monastiraki, começamos nosso roteiro por ali! Essa é uma das praças principais de Atenas e é um lugar que mostra bem a mistura que formou a cultura grega. Bem no meio da praça você vai ver a Mesquita Tzistarakis, que fica próxima de uma igreja ortodoxa. Dali você também já consegue ver a Biblioteca de Adriano e se olhar pra cima vai ver a Acrópole. Fora isso, também vai notar que os prédios em volta da praça são neoclássicos. Ou seja, uma praça só resume milênios de história grega e mostram o caldeirão cultural que formou Atenas!

Além disso, a região toda é ótima pra compras. Ali tem o Mercado de Monastiraki, que mais parece uma 25 de Março dos paulistas ou a Saara dos cariocas. Na Rua Pandrossou há muitas lojas de souvenirs e quinquilharias diversas. Mas bem ali perto, na Rua Ermou, você também encontra as principais marcas internacionais. E no meu terceiro dia, que apenas choveu, eu fiquei andando de loja em loja pelo bairro por horas!

Foto por Alfie Sta em Pexels.com

Da Praça Monastiraki fomos direto para a Biblioteca de Adriano, que fica logo atrás/lado da Mesquita. A Biblioteca foi construída em 134-132 a.C. pelo Imperador Adriano, mas foi completamente destruída “apenas” alguns séculos depois. No local não restou muita coisa: algumas colunas e partes do muro.

O valor da entrada para a Biblioteca de Adriano é de 6 euros/ 3 euros a meia por ser inverno. E não tinha nenhuma fila! Zero pessoas na nossa frente! Aproveitamos pra já comprar o ingresso de 30 euros que dá direito à entrada em todos os monumentos de Atenas por 5 dias. Essa opção não tem o desconto de inverno, então em termos de custo nem era vantajoso já que não pretendíamos ir em todas as atrações, mas evitaríamos as filas da Acrópole já comprando ali! E se me lembro bem, eu não paguei nada pelo ingresso de 5 dias por ser estudante de mestrado da União Europeia.

Dali seguimos para a Acrópole, em uma caminhada ladeira acima de uns 10 minutos. No caminho você vai passar pelo bairro de Plaka. Esse bairro fica aos pés da Acrópole e é um dos mais charmosos de Atenas, cheio de cafés e pequenos restaurantes. Na Rua Adrianou há muitas lojinhas de souvenirs (que eu deixei para o meu último dia em Atenas).

Chegando em Plaka, praticamente de qualquer ponto de vê a Acrópole, mas só tem uma entrada que é pela Rua Theorias. E como já tínhamos comprado o ingresso na Biblioteca de Adriano, só tivemos que pegar a fila da entrada (e não bilheteria + entrada), que foi super rapidinha.

Felizmente por ser inverno e não ser domingo, a Acrópole estava bem tranquila. Eu não diria que estava vazia porque tinha sim muita gente, mas nada comparado com a multidão de pessoas que visitam o local de abril à outubro.

Ao contrário do que se imagina, a Acrópole não é só o Paternon ou outro templo, mas é todo o complexo de ruínas no topo da colina. Basta entrar no complexo e começar a subida que vc vai ver diversas ruínas!

Na verdade, a palavra Acrópole significa “cidade alta” e era isso mesmo que estava lá em cima na Antiguidade: o centro da cidade-Estado de Atenas. Embora fosse comum que cidades gregas fossem formadas em forma de Acrópole (e ainda há várias ruínas de antigas cidades espalhadas pelas colinas do país), essa com certeza tornou-se a mais famosa da Grécia!

A Acrópole de Atenas foi reconstruída pelo estadista Péricles em 450a.C. , o mesmo que mandou construir o Templo de Poseidon no Cabo Sounion na mesma época. Como não poderia deixar de ser, a Acrópole foi dedicada à deusa Atena, que dava nome e era a padroeira da cidade. Com o tempo, a maior parte das estruturas da cidade antiga desapareceu, mas ali ainda estão as ruínas do Partenon e do Erecteion, que hoje estão entre as construções mais importantes do mundo antigo.

A primeira parada o Odeon de Herodes Ático, um teatro do ano 174, capaz de receber até 5mil expectadores. Depois de ser arrasado, o teatro foi coberto de entulho e ficou esquecido até o século XIX. Depois de uma extensa restauração, o local voltou a ser usado para shows.

Continuando a subida, você encontrará o Propileu, que é a porta de entrada para a “Acrópole”, e que literalmente era o portão de entrada para a cidade antiga. Já aviso que os degraus são bem íngremes e escorregadios (afinal, são de mármore). Logo, pode não ser uma boa ideia visitar a Acrópole em um dia chuvoso!

E passando o Propileu você já vai dar de caras com o Partenon, o Erecteion e o Templo de Atena Nice! Bem no meio fica o Partenon, coroando a Acrópole!

Quando Péricles resolveu reconstruir e aumentar a Acrópolis, decidiu fazer o Partenon, que seria um templo maior que o anterior e bem no centro da Acrópolis, em homenagem à deusa Atena, patrona da cidade. No interior e exterior do templo, várias esculturas foram acrescidas nos séculos seguintes, inclusive por Alexandre, o Grande.

Por volta do século III ou IV, Atenas foi invadida e o interior do Partenon foi incendiado e completamente destruído. Com a ascensão do Cristianismo, o local foi convertido em igreja e depois com o domínio do Império Otomano-Turco, virou uma mesquita. Pra completar, além de mesquita, os turcos também fizeram do lugar depósito de pólvora, que acabou explodindo e destruiu o teto, parte das laterais e muitas esculturas.

E não bastasse tudo isso, o Embaixador da Inglaterra fez um acordo com os turcos e levou para Inglaterra dezenas de esculturas, colunas e outras peças importantíssimas para a estrutura do monumento. Hoje essas peças estão em exibição no Museu de Londres. Há décadas os gregos contestam a posse das peças que estão no Museu de Londres e pedem que elas sejam restituídas. Tanto que o Museu da Acrópole deixou uma sala gigante vazia, à espera das esculturas!

E eu fui pra Atenas bem na época do meu mestrado, em que tive uma disciplina sobre arte, cultura e direito patrimonial e que envolvia apropriação nazista, colonialismo e demais questões em relação à obras de arte. E justamente me lembrei dos gregos da minha sala, completamente revoltados numa aula, dizendo que era um absurdo ver que pedaços do maior símbolo da cultura deles tenham sido roubados e estarem expostos em outro país, ainda mais considerando-se que a Grécia está totalmente afundada em dívidas e que vive de turismo. E já tendo visto a coleção grega em Londres e vendo o Partenon ao vivo, eu super entendi a revolta dos gregos!

Ao lado do Partenon fica o Erecteion, outro templo em homenagem à deusa Atenas, mas também a Poseidon. Ele é famoso por ser o templo com as Cariátides, que são esculturas femininas no lugar de colunas. Ali no interior era sempre tinha uma serpente e os atenienses ofereciam comidas sagradas à ela. Caso não fosse comido, era sinal de mau presságio.

E lado do Erecteion também há ruínas do Antigo Templo de Atenas (anterior ao Partenon), mas é só isso mesmo o que tem: algumas pedras e a base do que teria sido o templo.

Dali descendo pela direção oposta você chega no Teatro de Dionísio, que em seu apogeu recebia 17mil expectadores para assistir peças gregas. Foi também o primeiro teatro feito em pedra, ao invés de madeira, algo que se tornaria costume também pelos romanos posteriormente.

E descendo o Teatro de Dionísio você já estará perto da saída da Acrópole e onde fica o Museu da Acrópole, com peças que foram guardadas para melhor conservação. Eu acabei não entrando porque queríamos aproveitar o dia de sol para fazer o bate e volta até o Cabo Sunion.

Também resolvemos não entrar porque o ingresso não inclui a entrada no museu e a fila da bilheteria e do museu estava muito grande! O ingresso do Museu da Acropolis custa 10 euros, mas sai por 5 euros no inverno. Já a entrada da Acropolis custa 20 euros, mas também tem meia a 10 euros no inverno. E lembrando que compramos o ingresso de 30 euros que já inclui todas as atrações, inclusive a Acropolis.

E bem ali perto da saída e do museu, fica o Arco de Adriano, o portão antigo da cidade, que ligava a estrada antiga ao Templo do Zeus Olímpico. Esse foi no passado o maior templo da Grécia, que teve a construção iniciada no século VI a.C., mas apenas foi terminado por Adriano 700 anos depois. Por isso mesmo, o portão da cidade ganhou o nome de Arco de Adriano. Hoje só sobraram algumas poucas colunas do templo, que ficam no início do parque e perto do arco.

Próximo ao Arco de Adriano ficam várias agências que fazem passeios em Atenas e fora de Atenas. Escolhemos uma e fomos para o Cabo Sounion aproveitar o dia ensolarado. Por isso, demos o dia por encerrado em Atenas e deixamos o resto para o outro dia.

Roteiro – Parte 2: Ágora Antiga, Templo de Hefesto, Museu da Ágora Antiga (Stoa), Prisão de Sócrates, Areopagus, Ágora Romana

Roteiro Atenas – Parte 2

Começamos nosso segundo dia em Atenas exatamente de onde paramos no dia anterior: aos pés da Acrópole. Bem perto da entrada da Acrópole fica o Parko Thiseio (Parque Tissio/Teseu), que é um outro complexo da cidade antiga de Atenas, contemplando a Ágora Antiga e o Templo de Hefesto.

Aliás, quando estiver na Acrópole com certeza você olhará pra baixo e verá todo o complexo, e enquanto estiver na região da Ágora, vai ver a Acrópole em cima!

A Ágora era o coração da Antiga Atenas. Era ali que aconteciam as atividades sociais, políticas e comerciais. A sede do governo estava ali, bem como o mercado municipal e os principais palácios da cidade. Era nesse lugar que Sócrates expunha suas ideias, que Platão se desenvolveu e que Paulo de Tarso buscou converter novos fiéis ao Cristianismo.

Além das muitas ruínas, o local em si é muito bonito, cheio de árvores, com vista para Acrópole e para as montanhas. É uma caminhada bem mais agradável do que a da Acrópole, sem nenhum sobe e desce e locais escorregadios! hahaha

Bem no centro do parque fica o Templo de Hefesto, em homenagem ao deus do fogo e dos metais e também da época de Péricles (o mesmo que mandou construir o Partenon). É considerado o templo grego mais bem conservado, com suas colunas até hoje intactas e tendo boa parte do teto ainda lá. No entanto, perdeu toda a decoração interior quando o templo foi convertido em igreja ortodoxa no século VII.

O mais legal é que apesar de ter uma corda como limite, podemos ver o templo de muito mais perto do que o Partenon. E também, apesar de ser muito menor que o Partenon, o Templo de Hefesto está bem melhor preservado, o que nos deixa mais próximos de ver como era realmente um templo grego.

No mesmo complexo também fica o Museu da Ágora Antiga. Mais precisamente, o museu fica no local onde era a Stoa Helenística de Atallos, que era um mercado fechado do século II a.C. em que um pouco de tudo era vendido. Ou seja, o predecessor do shopping center! O Stoa foi reconstruído do zero em 1950, com características de arquitetura ao que teria sido originalmente (forma retangular, em colunas, fachada semelhante, etc).

A finalidade do museu é armazenar artefatos descobertos ali mesmo nas escavações da Ágora e abrigar esculturas e peças delicadas demais para ficar ao ar livre. Ali você encontra objetos da vida cotidiana ateniense, desde vasos de cerâmica, jóias, moedas, estátuas, até coisas relacionadas ao nascimento da democracia, como pedras de votação e a lei que instituiu Atenas como a primeira democracia do mundo.

Se me lembro bem, a entrada no museu já estava incluso no ingresso da Ágora e também no ingresso de 30 euros. A entrada apenas da Ágora é 10 euros no verão e 5 no inverno.

Paramos para almoçar ali por perto, no restaurante do Hotel Thissio (que vai ser o tema do próximo post), e então seguimos para a Prisão de Sócrates.

Saindo da Antiga Ágora basta ir subindo a encosta do Monte Filopappou em direção ao Monumento de Philopappos e encontrará o Monte das Musas. Reza a lenda que ali foi onde Sócrates ficou preso antes de seu julgamento em 399 a.C. São três quartos em forma de caverna, bem perto da Ágora, o que leva muitos a acreditarem que talvez tenha mesmo sido a prisão de Sócrates.

Na história mais recente de Atenas, ali foram escondidos várias peças tiradas da Acrópole e do Museu Nacional de Arqueologia durante a Segunda Guerra Mundial, para que os nazistas não encontrassem e levassem os artefatos. Foi feita uma parede de concreto na entrada e as peças ficaram lá despercebidas até acabar a guerra.

E na subida, no meio do caminho entre a Ágora e a Prisão de Sócrates, fica o Areopagus, onde na Antiguidade era o funcionava como um tribunal, que julgava casos de homicídio, lesões e questões religiosas. Supostamente, também teria sido ali que Paulo de Tarso teria feito o Sermão de Areópago, que inclusive está ali transcrito.

Além do valor histórico e cultural, vale a pena ir até o Areopagus pela vista MA-RA-VI-LHO-SA que se tem da Acrópole, da Ágora e arredores. Pra mim foi sem dúvidas uma das melhores vistas de Atenas. A gente até conseguia ver de lá as pessoas subindo as escadas do Propileu pro Partenon na Acrópole!

Voltamos pelo exato mesmo caminho, até chegar na Ágora Romana, que fica bem em frente à Antiga Ágora (e bem atrás da Biblioteca de Adriano). Com a ascensão do Império Romano, os romanos decidiram construir uma nova Ágora bem próxima da Antiga, com uma série de prédios e estruturas, para ocupar as mesmas funções da Antiga Ágora. Apesar de não estar completamente escavado, pouco sobrou da Ágora Romana em comparação com a Antiga Ágora.

Na entrada da Ágora Romana ainda está de pé o Portão de Atenas Archegetis, erguido no século I d.C. e financiado por Júlio César. E perto do portão também está a Torre dos Ventos, um monumenti super bem preservado do século 1 a.C. e que é considerada a primeira estação metereológica do mundo, por permitir fazer a previsão do tempo através da análise dos ventos.

E bem ali perto da Ágora Romana há uma porção de lojas que vendem lembrancinhas de viagens e demais quinquilharias com preços ótimos. E foi justamente numa dessas lojinhas que eu encerrei meu segundo dia em Atenas.

Dicas finais

Extras: Estádio Panetenaico e Museu Arqueológico Nacional

No nosso terceiro dia, o plano era ir ao Estádio Panetenaico, que é um estádio do ano 330 a.C., feito completamente em mármore e que até hoje está em uso. Maaas estava chovendo muito e então resolvemos ir ao Museu Arqueológico Nacional. Só que todas as pessoas em Atenas resolveram ter a mesma ideia! Depois de ficar 10 minutos na fila que estava dobrando o quarteirão e mal termos nos mexido 1metro (e na chuva), desistimos de entrar.

Resolvemos ir para os arredores da Praça Monastiraki fazer compras em geral, voltar nos arredores da Ágora Romana pra comprar lembrancinhas de viagem. E fomos novamente no restaurante do hotel Titania (que também vai ganhar um post próprio!).

Quantos dias ficar em Atenas?

No fim conhecemos Atenas em 1 dia e meio. E eu acho que 1 dia fica muito corrido, a menos que a ideia seja apenas ver a Acrópole e mais alguma coisa. Em 2 dias se vê “tudo” (ou pelo menos o que tem de mais importante). E se quiser, pode fazer como a gente e tirar meio dia pra ir pro Cabo Sounion, que eu achei que valeu muito a pena. Em 3 dias você vai até o Cabo Sounion e ainda conhece Atenas com calma. Como fomos no inverno, nem cogitamos passeio de barco, mas há passeios para a Ilha de Hydra. E também dá pra ir a Delfos em um dia. Outra possibilidade é ir para Meteora de trem em um dia, mas são 4 horas de trem na ida e mais 4 na volta.

Enfim, eu diria que se você tiver apenas 1 dia na cidade vai conseguir ver o principal, que realmente é a Acrópole, mas que 2 dias é o ideal. Por outro lado, eu passei 3 dias e 4 noites lá e achei ótimo: fui à vários restaurantes, visitei os principais pontos turísticos com calma e realmente tive uma experiência mais tranquila em Atenas, mas sempre encontrando o que fazer (e olha que era inverno!).

Quando ir à Atenas?

Eu fui bem no inverno, uns dias antes do Ano Novo, e a cidade estava super tranquila. Demos o azar de ter chovido um dia inteiro, mas pegamos um dia bem ensolarado no início da viagem e outro nublado e choviscando. Pra mim que moro em Luxemburgo que está sempre chovendo não foi um problema. E eu até preferi pegar a cidade vazia. Fora a Acrópole, todos os lugares que fomos estavam vazios. Eu imagino que subir a Acrópole no auge do verão de 40 graus com uma multidão de gente, deva ser um suplício. Eu não iria no verão! Se possível tente ir na primavera e outono, mas se a sua única opção for ir no inverno, não deixe de ir!

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