Noite de Fado

Estando em Lisboa, não poderíamos deixar de prestigiar o fado. Esse é um estilo musical que nasceu na capital portuguesa, embora não se saiba muito bem quando. O que se sabe é tem influência do romantismo e, por isso mesmo, é carregado de emoções,  exprimindo a melancolia do povo português. Então, eu sabia que tinha que ver um autêntico fado para que a viagem ficasse mais completa!

Acontece que sempre que eu pesquisava encontrava casas bem caras porque o fado se tornou uma atração turística, similar ao que aconteceu com o tango argentino. Assim, estava na casa dos 70 ou 80 euros e seria algo mais para um show com um jantar. O que não era exatamente o que eu estava procurando, pois queria conhecer o fado vadio que é um estilo mais tradicional e que é tocado em pequenas tavernas (que os portugueses chamam de tasca). Acabei encontrando pelo Tripadvisor a Tasca do Chico.

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Eu até já havia encontrado outra casa, que não me recordo o nome, mas parecia ser um pouco melhor e mais cara. Todavia, como entrei em contato com “apenas” 15 dias de antecedência não haviam mais nenhuma mesa disponível. Então acabou sendo a Tasca do Chico mesmo. É necessário fazer reserva, pois o local é bem pequeno e lota rápido. Fiz pelo facebook mesmo para as 20hs na unidade do Bairro Alto. Parece que eles têm outra na Alfama.

Chegamos lá as 20hs e nossa mesa estava reservada. O local realmente é bem pequeno. A ponto que você fica com as costas coladas com quem está atrás de você. Dá para ver pela foto abaixo que pegou todo o local hahah. Para o David acabou sendo super desconfortável já que atrás dele estava um alemão que simplesmente foi ficando mais folgado ao longo da noite e usando o David de encosto. Trevas! hahahah

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As opções de comida e bebida tinham preços justos, ainda mais considerando-se que eles não cobram pelo couvert. Então, claro, que os petiscos e as bebidas tinham que ser um pouquinho mais elevados que em um bar comum. Justíssimo.

Notamos nas paredes inúmeros quadros de pessoas famosas que estiveram lá. Inclusive, vimos muitos famosos brasileiros. Muitos artistas, jogadores, políticos, etc. E ficamos comentando, olhando e esperando a música começar para ver a razão de um lugar tão pequeno ser tão conhecido!

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Quando foi por volta de 8:30 a porta foi fechada, quase toda a luz apagada e a mágica começou. Ouvimos a primeira fadista, que cantou um belo e sentido fado. Ela cantou algo como 3 ou 4 canções, depois a porta foi aberta, luzes acesas e petiscos voltaram a ser servidos. Após 15 min, as luzes apagadas foram apagadas e porta fechada novamente. Outro fadista entrou no recinto e começou a cantar no pequeno salão. E assim sucessivamente.

As músicas eram todas melancólicas realmente. Ora falando das dificuldades da vida, ora de desilusões amorosas, ora de perda de entes queridos. Os cantores que ouvimos eram muito bons e imprimiam muita emoção ao que cantavam. Todos foram acompanhados de mais 2 ou 3 músicos, que tocavam a viola portuguesa.

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Ouvimos 4 fadistas, enquanto tomávamos uma boa sangria e petiscávamos. Depois disso, pedimos a conta, já que nosso próximo dia seria bem longo explorando Sintra e Cascais, que eu já contei tudo nesse post aqui. Para ir e voltar do hotel, usamos táxi mesmo, pois custou apenas 7 ou 8 euros para 4 pessoas.

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